domingo, 21 de junho de 2009

Gaiata, Desastre e Golias

Minha primeira historia cômica. Acho que não será muito difícil fazer porque alguns trechos são tirados da vida real. XD

Sinopse: Manuela é uma garota que adora contar piadas e colocar apelidos em todo mundo. Um dia foi transferida para um colégio onde conheceu sua amiga Carla, e também Charles. Qual será o rumo dessa historia?

Gaiata, Desastre e Golias

A sala de aula de um colégio público situado no subúrbio do Rio de Janeiro, estava repleto do som proveniente das gargalhadas dos alunos. O professor já havia parado de escrever no quadro negro pela segunda vez só naquela manhã. Então, sem olhar pra trás, chamou a atenção de um deles:

- Manuela!!

- Sim, professor? – perguntou inocentemente Manuela sem levantar o rosto, parecendo concentrada em seus afazeres estudantis.

- Não venha dar uma de inocente, Manuela. Pare de fazer seus colegas rirem enquanto estão copiando o exercício.

- Oras, professor. Eu não estou fazendo nada alem de copiar os exercícios.

O professor dá um suspiro desanimado, e continua a escrever no quadro negro. Minutos depois, do outro lado da sala, a bolsa escolar cai, levando a cadeira junto, e dando um grande susto nos alunos e no próprio professor que gritava:

- O que foi dessa vez, Carla?

- Desculpe, professor. É que o meu caderno ficou preso à bolsa, e quando puxei caiu tudo no chão.

Só se ouve um grito meio abafado “Desastre”. O professor olha para Manuela, e esta estava concentrada em responder a tarefa.

- Manuela, por favor, sente-se aqui perto de Carla.

- Oras, professor, por que tem que ser eu a sentar ali, se nenhum dos colegas dela sentam ali?

A gargalhada dos alunos foi geral. O professor pediu silencio, o que foi demorado pra se conseguir e depois concluiu:

- Porque estando onde está sempre atrapalha minha aula. E também será bom pra ajudar a sua colega de classe a deixar tudo organizado para que eu possa continuar a copiar o assunto.

- Se ferrou nessa, novata.

- Fica na sua, Mandíbula. – respondeu Manuela, fazendo um barulho estranho e com as mãos à frente da boca como se uma boca de jacaré, abria e fechava na ponta da mesa, como se tivesse devorando-a. – Com esses dentões não é de se admirar que a mesa esteja toda comida.

Todos começaram a rir sem parar enquanto Manuela pegava seus objetos sob o olhar raivoso do garoto apelidado de Mandíbula do He-man. Assim que Manuela se acomodou no acento atrás de Carla, o sinal da hora do recreio tocou. Todos, sem exceção, estavam feliz com aquele som. Era como se fosse o soar do gongo de um ring. Era tempo de recarregar suas energias para poder agüentar mais algumas horas de aula. Já o professor dava graças a Deus por existir esse tão abençoado barulho que significava alguns minutos de paz.

Refeitório

Manuela estava na fila com sua bandeja na mão, tentando enxergar o que teriam pra comer. Subitamente diz em tom alto, e brincalhão:

- Cardápio de hoje: feijão quebra dentes, papa de arroz queimado no fundo, e o delicioso frango metralhado saído da guerra. E para ninguém se engasgar, teremos água com açúcar com corante amarelo. – alguns começaram a rir, enquanto que os cozinheiros olhavam com cara feia – Ei, Paquita, corte este cabelo que eu já ia correr pra pedir um autografo.

Dizia Manuela para um garoto da sua sala que já ia para uma mesa vaga.

- Eu já disse, Manuela, que meu nome é André. – resmungou o loiro de cabelos lisos batendo no ombro.

- Certo, não me esquecerei disso. – replicou Manuela colocando a bandeja encima da mesa para que servissem a comida em sua bandeja e logo a seguir disse alto para que André escutasse –Ei, no próximo sábado irá ter a festa de aniversario do meu priminho. Daria pra você e o Dengue ai dançarem Ilariê lá?

Mais uma vez Manuela arrancou gargalhada de todos.

Manuela estava se dirigindo para a mesa vaga logo após Alexandre, a quem ela chamou de Mandíbula. Este sorriu com malicia colocando o pé no caminho. Manuela já ia soltar uma gracinha pra ele, quando sentiu seu pé topar com algo no caminho. Rapidamente compreendeu o motivo daquele sorriso. Então, jogou a bandeja pro lado, que foi de encontro com o rosto de Alexandre. De repente alguém gritou: “Guerra de comida”. Cada aluno tentava se abrigar e atacar ao mesmo tempo, usando a colher de plástico como se fosse uma catapulta, e a comida a munição. Manuela saia de fininho, dando de encontro com Carla. Quase que caiam no chão com a trombada. Alexandre a seguiu assim que conseguiu limpar o rosto.

- Agora você vai pagar caro por sua gaiatice, garota.

Dizia ele armando um soco contra Manuela, que estava surpresa com aquela reação e não tinha reflexo para impedir de ser acertada por ele. No entanto, nada aconteceu graças ao garoto alto que estava ao lado de Carla. Ele segurava firmemente o punho de Alexandre, enquanto que a outra mão fazia pressão no ombro de Alexandre, forçando-o a abaixar-se um pouco:

- Não se deve levantar o punho contra uma garota, moleque. Peça desculpas agora mesmo.

- Ai, ai, isso dói!! Não vou pedir desculpas nenhuma pra essa... AI!AI! – o garoto alto fazia mais pressão ainda, fazendo Alexandre interromper o xingamento que faria a Manuela.

- O que está acontecendo aqui? – rapidamente o refeitório entrou em grande silencio e cada aluno tentava esconder a prova de seus crimes – Vocês quatro, para a sala da diretoria agora mesmo!


Diretoria

- Muito bem... quem irá explicar como aconteceu aquela zona de guerra no refeitório?

Todos ficaram quietos, e o Diretor já se mostrava impaciente. Manuela percebeu que se ninguém falasse nada, seria pior para todos. Então, um tanto acanhada, começou a relatar:

- Eu estava conduzindo alegremente minha bandeja para a única mesa vaga quando tive a infelicidade de topar no pé de Mandi... de Alexandre, meu colega de classe.

- E... – o Diretor parecia impaciente com aquela longa pausa de Manuela.

- Tentei fazer o possível para não cair, mas não tive sorte em equilibrar minha bandeja... Ah Senhor Diretor, foi terrível. Eu estou com tanta fome, e a comida parecia tão deliciosa...

- Ela jogou a bandeja na minha cara, Diretor.

- Foi um infeliz incidente, Senhor Diretor. Quanto a guerra de comida, não temos nada haver com aquilo. Alguém grito que era guerra de comida sem perceber o que estava acontecendo de verdade.

O diretor parou para pensar um pouco no que foi dito. A forma como a garota que havia tomado a frente para relatar todo o corrido soou tão sincera que não havia porque não acreditar nela.

- Vocês três podem ir. Já você, rapazinho, ficará aqui. Estava agredindo um garoto mais novo que você só porque é mais velho e mais alto.

- Ele não estava agredindo o Mandíbula. – rapidamente Manuela intervém em auxilio ao garoto alto – Ele só estava me defendendo. Ele não tinha intenção de machucar.

- Você é a novata, não é? – Manuela confirmou com um menear de cabeça – Então não conhece a reputação deste rapaz. Está sempre metido em confusões. Agora podem voltar a sala de aula.

- Que bom, já posso ir! – dizia Alexandre todo contente.

Então, pela primeira vez até aquele exato momento, Carla abre a boca pra anunciar:

- Se Charles vai ficar, eu também fico aqui.

- Não, Carla. O Diretor só está fazendo o que ele deve fazer. Você deve voltar pra assistir sua aula. Estamos perto de fim do bimestre, e se perder algum assunto não fará uma boa prova.

Charles falou gentilmente com sua amiga. Manuela se comoveu com a grande amizade entre aqueles dois e disse, fincando o pé no chão:

- Eu também ficarei. Posso copiar o assunto depois. – o Diretor olhou sério pra ela, então ela sorriu e continuou, virando-se para Carla – Sabe o que podemos fazer neste meio tempo?

- Não. O que poderíamos fazer? – perguntou Carla inocentemente.

- Irei contar algumas piadas. Vou começar por esta: A mudança foi toda colocada no caminhão. Um desses de carroceria aberta, abarrotado de móveis e lá em cima de tudo a gaiola com o papagaio. A mudança devia estar mal-arrumada e as ruas eram muito esburacadas. Com o balanço, a gaiola caiu com o papagaio. Desceu todo mundo, acudiram o papagaio e botaram a gaiola la em cima. Dali a pouco o pobre coitado despenca outra vez. E outra vez. E mais outra, mil tombos. Aí o papagaio, já irritado, no último tombo virou-se para o dono e disse: - Faz o seguinte: me dá aí o endereço que eu vou a pé.

Carla e Charles seguiram Manuela na gostosa gargalhada. O diretor virou o rosto sorrindo.

- Mais outra: Todas as crianças haviam saído na fotografia e a professora estava tentando persuadi-los a comprar uma cópia da foto do grupo. - 'Imaginem que bonito será quando vocês forem grandes e todos digam ali está Catarina, é advogada, ou também Este é o Miguel. Agora é médico'. Ouviu-se uma vozinha vinda do fundo da sala: -'E ali está a professora. Já morreu.'

O Diretor mais uma vez estava prestes a soltar uma gargalhada ao escutar a piada e escutar a risada das três crianças a sua frente.

- Mais uma, e essa é de Argentinos: Dois argentinos chegaram no Brasil sem nenhum dinheiro no bolso.
Nas primeiras horas da manhã, um diz para o outro.
— Vamos nos separar e pedir diñero en la rua! En lo final de la tarde, nosotros nos encontramos para saber quanto diñero gañamos!
E cada um vai para um lado.
Ao cair da tarde eles se reencontram e um pergunta para o outro:
— Quanto usted gañou?
— Eu gañei 30 reais!
— E como usted fez para gañar isto?
— Fui en lo parque de diversiones e hablei: "Yo tengo 3 niños para sustentar e yo preciso de ajuda!"... E
usted, quanto gañou?
— Yo gañei dois mil reais!
— Nuestra Señora! — exclamou o outro. — E o que usted hablou para gañar tudo isto?
— Yo hablei: "Ajudem-me, me faltam apenas sete reais para comprar una passagem para yo regressar para Argentina!"

O Diretor colocou uma folha de papel e sorriu por trás dela. Se Manuela fosse inventar de contar mais uma piada, não conseguiria trabalhar. Pior ainda seria que perderia a moral se risse na frente deles. E estava a um triz de soltar uma sonora gargalhada. Então para seu azar:

- Olha, vocês conhecem aquela do pum? É assim: No elevador...

- Já chega, Manuela. É melhor vocês três voltarem pra suas salas de aula. Não é bom que percam aula assim tão próximo do fim do bimestre. Quanto a você, Charles, já está na 8ª série. Deveria dar um bom exemplo para essas meninas. Espero que o ocorrido no refeitório não se repita.

- Muito obrigada, Senhor Diretor. Mas o senhor não quer escutar essa ultima piada?

O diretor apontou nervosamente a mão em direção a porta para que saíssem. Prontamente Manuela e Carla foram pra sua sala, e Charles tomou o caminho oposto para ir para a sua.


Continua...

1 comentários:

Anônimo disse...

Ri muito com a Manu =)), ela faz mais piadinhas que eu uhahuauauh. Muito hilário. Estou a espera dos próximos capítulos. Tenho a impressão de que eles vão aprontar muito ainda

:)) ;)) ;;) :D ;) :p :(( :) :( :X =(( :-o :-/ :-* :| 8-} :)] ~x( :-t b-( :-L x( =))

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