terça-feira, 30 de junho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro- 4º Jogo de sedução

Ela deixou seu corpo cair devagar para trás sob o gemido agudo de uma guitarra que marcava as primeiras notas daquela música. Ainda segurando-a pela cintura, Kamus fez com que ela se levantasse e encarasse seu olhar severo.

–Vai tentar me seduzir de novo?

Ela sorriu deixando as mãos espalmadas correrem pelo rosto bonito do cavaleiro, descendo por seu pescoço, deixando que ficassem por algum tempo sobre o tesouro que brilhava agora meio oculto sob a camisa dele, para então continuar descendo pela barriga firme.

- Gosta de dançar, senhor guardião? - as mãos dela agora desciam perigosamente por suas costas e ele ergueu uma sobrancelha de forma indagadora, quando sentiu as mãos da moça escorregarem pelas suas nádegas.

- Gosto mais eu conduzo a dama. – dizendo isso a envolveu num abraço que fez com seus corpos se colassem de maneira perigosa.

A música se tornou mais intensa e uma bateria cadenciada entraram, coordenando assim os movimentos da assassina e do cavaleiro. Novamente os olhos dela brilharam quando seu pequeno tesouro foi exposto quando a camisa fina do cavaleiro se abriu, mas não podia deixar claras as intenções que tinha com aquela dança e então como uma serpente foi escorregando pelo corpo forte de Kamus até chegar ao chão. Kamus que sabia muito bem o que ela queria mas não tinha a intenção de cair no mesmo truque retomou o controle da situação. Segurou-a pelo braço e num golpe violento a puxou para cima, fazendo com que a jovem ficasse suspensa em seus braços.

-Não vai me dominar tão fácil!

Com essas palavras ela enlaçou a cintura dele com as pernas, o vestido que usava subiu revelando as pernas impecáveis, pernas essas que Kamus segurou com firmeza, enquanto a sentia escorregar até alcançar o chão.

- Mas posso tentar. – dizia com um sorriso sedutor brilhando em seus lábios.

A essa altura do campeonato quase todos que ainda permaneciam na pista já tinham parado de dançar, apenas para observar aquele casal. Não longe dali Aioria olhava para a cena, incapaz de imaginar que um homem como Kamus fosse capaz de dar um show de erotismo com uma estranha ali bem no meio de todo mundo.

- Não se importa com o fato de todos estarem nos olhando agora?

Ela havia conseguido se desvencilhar dele e agora o rodeava com movimentos serpenteantes. Ele a puxa pela cintura deixando-a de costas para ele. A música acompanha o duelo deles.

- Não sou do tipo que se preocupa com esses detalhes. – Eles continuam se movimentando ao som da música, as pessoas ainda olham para eles. Ela deixa sua mão deslizar pelo rosto dele, e Kamus leva aquela mão aos lábios. – Eu sei o que procura.

De forma inesperada ele leva a mão delicada e coloca sobre a jóia que carregava. E então percebe que ela havia parado.

Seus olhos se perdiam em algum ponto da multidão, surpresos, mais que isso apavorados. E antes que Kamus pudesse identificar o causador daquela mudança de atitude, ela sai correndo e se perde no meio da multidão.

Sem pensar muito, Kamus vai atrás dela, a segue pelos fundos da boate e a encontra ofegante num beco, onde apenas alguns cães de rua se deliciavam com as sobras de comida deixadas nas lixeiras. Ela escondia o rosto entre as mãos.

Kamus se aproxima e ela reage imediatamente com um golpe que certamente teria acertado o rosto do cavaleiro se ele não tivesse bloqueado.

- Em outra situação você não teria parado aqui para tomar fôlego.

- Você nunca poderia entender.

- Eu entendo uma coisa, que você tenta matar aquela a quem eu devo proteger.

- Você não conhece meus motivos.

- Talvez se tentasse me explicar.

Ela estava cada vez mais agitada, como se temesse ser pega ali.

- Se eu fizesse isso estaríamos ambos mortos.

O olhar dela buscava todas as direções, como que procurando uma saída.

- Já deve ter percebido que não sou alguém fácil de se matar. Eu poderia protegê-la, Saori poderia protegê-la, basta...

As palavras morreram na boca do cavaleiro. Num gesto inesperado ela apóia a cabeça no peito dele, enquanto as mãos delas se agarram ao tecido da camisa que cede e se rasga revelando novamente o tesouro que ela procurava, mas também o peito forte do cavaleiro.
A tensão entre eles cresce novamente, quando ela levanta o rosto e seus olhares se cruzam. Havia fogo neles.

Kamus afasta uma mecha do cabelo escuro que cobria parcialmente os olhos dela e retém a mão do belo rosto. Não a podia imaginar mais bela.
Um sorriso escapou dos lábios do cavaleiro.

- Sabe de uma coisa, eu a reconheceria em qualquer lugar do mundo e sob qualquer disfarce, apenas por causa desses olhos.

Ela apoiou o rosto na mão do cavaleiro e fechou os olhos. Kamus desceu a mão pelo pescoço dela.

Um soluço baixo escapou dos lábios dela, quando sentiu o cavaleiro exercer uma certa pressão em sua garganta.

- Eu poderia acabar com você agora. – disse, mas ao invés de fazer o que tinha dito, aproximou-se dela, ainda mais, dessa vez para lhe tomar um beijo carregado de uma violência nada típica de alguém como ele.

Ela retribuiu de forma quase submissa, entreabrindo os lábios permitindo que ele a invadisse com sua língua, enquanto as mãos dele agora exploravam cada centímetro daquele corpo, tentando senti-lo da forma mais intensa que conseguia mesmo sobre o tecido que o protegia.

- O que estamos fazendo? – disse ela tentando evocar alguma razão, quando o cavaleiro se colocava entre as pernas dela deixando evidente o quanto a desejava.

- Vai me dizer que não quer tanto quanto eu, Eu vejo como me quer desde aquela noite!

Jogando tudo para o alto, ela se rende. Sente as carícias cada vez mais intensas de Kamus. Sente seu próprio corpo correspondendo. Sente a própria excitação chegando à níveis insuportáveis, quando o cavaleiro, agora com a mão entre as pernas dela a explora de maneira mais intensa. Sente as próprias mãos abrindo a calça do cavaleiro e o acariciando. Sente seu corpo sendo posicionado, sente suas pernas enlaçando a cintura dele, pronta para recebê-lo.

- KAMUS!

A voz de Saga era carregada de reprovação. Ele podia esperar por qualquer coisa, mas jamais por aquele showzinho pornográfico que acabara de presenciar.

Kamus se colocou imediatamente entre o geminiano e a garota.

- Está me seguindo Saga? Que eu saiba você mesmo me deu o dia de folga, e o que eu faço no meu tempo livre ou com quem eu faço só diz respeito a mim mesmo.

Kamus mostrava toda a irritação que sentia, não apenas pelo que Saga tinha acabado de interromper, mas pela possível desconfiança do cavaleiro de gêmeos.

- Não vai conseguir me enganar, sei muito bem quem é ela!

- Sou um cavaleiro de Atena Saga, não um moleque irresponsável!

- Então haja como tal.

Ambos ficaram calados ao ouvir um barulho seguido pelo latido insistentes dos cães.
Olharam em volta, mas não havia nada além dos mesmos cães que agora encurralavam um gato em meio a algumas latas de lixo. Eles se distraem por um segundo e quando voltam a se encarar, Sasha já havia desaparecido.

Saga tentou ir atrás dela, mas foi detido por Kamus.

- O que pensa que está fazendo! - diz Saga indignado com a atitude do aquariano que não estava disposto a deixá-lo sair dali.

- O que lhe dá tanta certeza de que ela é a assassina?

Saga pegou o cordão que pendia do pescoço de Kamus e o arrancou num golpe rápido.

- Achou mesmo que começaria uma caçada solitária e essa mulher sem que eu não desconfiasse? Que tipo de tolo pensa que sou? - disse Saga jogando a peça no chão aos pés de Kamus.

- Não admito que desconfie de mim dessa forma Saga!

- E eu não admito que ponha em risco a vida de Atena, apenas para satisfazer sua libido!

Kamus puxa Saga pelo colarinho e o empurrou contra a parede.

- Não percebe como já está envolvido? - diz Saga empurrando Kamus para trás e ajeitando a gravata. - Quer um conselho, encontre-a e faça todo sexo que for capaz de fazer com ela e volte para o Santuário. A partir desse momento você está fora dessa missão Kamus de Aquário, convocarei Máscara da Morte para substituí-lo.

Kamus não podia acreditar no que está ouvindo, mas logo sua razão falou alto de novo fazendo com que ele não acreditasse no que tinha feito.

Que mulher era aquela que o enfeitiçara de tal forma, se sobrepondo à razão que ele sempre prezara como sua maior virtude. E o que isso havia lhe custado! Mas apesar de tudo atestar contra ele, algo em seu íntimo gritava que ela não era tão culpada quanto parecia. Então como uma promessa a si mesmo, decidiu que como cavaleiro ou não, desvendaria os mistérios que envolviam aquela bela e misteriosa assassina.



Continua...

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro -3º Confrontos

Ao descer com uma bolsa a tiracolo pode observar que o porteiro assistia o noticiário da manhã que falava da tentativa de assassinato sofrida pela milionária japonesa Saori Kido, num jantar beneficente onde esta tentava angariar fundos para mais uma suposta campanha humanitária, ao mesmo tempo em que a imagem mostrava Saori entrando no seu carro, enquanto seus dois guardiões, mantinham os jornalistas afastados. Os repórteres especulavam que houve outra tentativa durante a madrugada, porém, não tinham fontes oficias sobre o assunto.

- Desse jeito, eu acho que vou ter mesmo que acabar com você!

O porteiro que também prestava atenção no noticiário se virou na direção dela com uma cara de quem havia sido pego infligido os regulamentos do prédio no horário de trabalho:

- Disse alguma coisa, senhorita?

- Não nada, estava apenas pensando alto.

Assim que chegou em um dos esconderijos onde guardava todo tipo de material que poderia precisar em uma missão, foi logo pegando seu Notebook e invadindo a rede do Hotel Plaza. Como previra, o quarto estava reservado até a hora do almoço, e já teria outro responsável no final da tarde. Transferiu o nome do homem que ficaria ali para outro quarto, e reservou o quarto que desejava ocupar para o nome falso que criara na noite anterior. Rapidamente pôs um disfarce, bateu uma foto de si própria com a maquina digital imprimindo a foto logo a seguir. Colou no documento e fez os últimos acabamentos.

Tempos depois

Uma moça aparentando seus 18 anos aproximadamente, cabelos claros de um ruivo bem desbotado, e ligeiramente ondulados atravessou o saguão do luxuoso hotel. Chegando no balcão de recepção pedindo com gentileza:

- Fiz uma reserva a dois dias.

- Pois não, senhorita. Em nome de quem está a reserva?

- Westgate. Karen Westgate.

- Identidade por favor, Senhorita Westgate. – Ela entrega a o documento e depois observava a sua volta displicentemente com seus olhos verde-cinzento enquanto esperava a confirmação da reserva, o que não tardou muito – Quarto Nº 417. Este rapaz a acompanhará. Deseja que envie um chá para seu quarto?

- Não será preciso. Há a possibilidade de não passar muito tempo aqui. Negócios, naturalmente. Pagarei adiantado, em dinheiro.

Entregou a quantia equivalente a diária do hotel, e foi até o tal quarto. Ao chegar, foi logo trancando a porta, e procurando por todos os cantos do quarto. Nem os lençóis estavam livres da revista. Nada de achar o que procurava. O bip de seu Pager tocou, assustando-a momentaneamente:

- Droga!! – imprecava contra o aparelho após uma rápida checada – Só me faltava essa!

Saiu do quarto às pressas, passando pelo saguão, respondendo polidamente que teria que partir com urgência por motivo de trabalho. Ela deu sorriso amargo, e partiu imediatamente.

No santuário


Por decisão de Saori, e pelo voto unânime dos cavaleiros de ouro Saga ficou como chefe da segurança de Saori em seus eventos sociais. Isso foi necessário ser estabelecido por causa das duas tentativas de assassinato que a jovem sofrera. Como Kamus já havia estado nas ocasiões que aconteceram na noite anterior, e Aioria esteve em uma missão fora do santuário, Saga achou melhor liberar os dois de suas obrigações por aquela noite de sábado. E instituiu também o sábado como folga de ambos. O único que não podia se dar ao luxo de descansar depois de tudo o que aconteceu era Saga que se tornou essencial naquela função. Quanto a Kamus, terminou seu relatório, e aproveitou para passar o restante do dia a procura de um bom retratista, onde pediu detalhadamente um retrato falado de uma mulher, sem que Saga ou os demais soubessem disso. Pensando mentalmente “Com isto vai ser mais fácil te encontrar, e ai você vai se arrepender, garota, de ter cruzado o caminho de Kamus de Aquário.”

Em outro lugar


- Estranho que entre pela porta da frente de meu escritório, garota. E ainda por cima com este disfarce.

- Não queria que alguém me visse entrando pela janela em plena luz do dia, queria?

A jovem que havia adentrado o recinto respondeu com voz de pouco caso, e o homem resolveu deixar de lado essa falta de respeito:

- Fui informado que fez duas tentativas na mesma noite e não obteve êxito.

- Foi. – jovem disse com secura, sentando-se na cadeira com ar relaxado aceitando o drink e o papel que fora oferecido pelo chefe.

- É tudo o que tem a dizer?

- E o que mais poderia dizer?

- Vejo que está abusando de sua língua ferina. Não se esqueça do que represento, menina. – Ela apenas abaixou a cabeça em uma demonstração de submissão, e ele continuou – Sua demora em realizar suas tarefas e sua imprudência fizeram acumular mais cinco missões. Alguma pergunta?

- Tenho que seguir rigorosamente esta lista?

- Exatamente.

- Por que não há fichas desta vez e por que o ultimo deve ser executado só na próxima sexta-feira?

- Desconfiada como sempre, não? Esses são peixes pequenos, no entanto são como espinha atravessada na garganta. O perigo que eles representam a minha organização é muito grande. O ultimo deles estou tentando dar-lhe a ultima chance de se redimir. Veja o lado bom, é provável que nem precise matá-lo.

A jovem não demonstrou nenhum ar de felicidade. Limpou suas digitais do copo, e levantou-se se detendo ao pegar na maçaneta com o lenço para não deixar suas digitais. Sem olhar para trás perguntou:

- Alguma vez tive que executar alguém que não merecia morrer?

- Claro que não. Você sabe muito bem disso. – o homem observou ela sair fechando a porta atrás de si.


Atenas como qualquer grande capital da Europa funcionava durante todas as vinte e quatro horas do dia. Durante o dia suas ruas eram tomadas por turistas interessados em sua história e cultura. E a noite gente de todo tipo, turistas ou nativos, homens ou mulheres de todas as idades, saíam a caça, a procura de todo tipo de diversão. A Atenas de bares, danceterias, boates, com atrações para todos os gosto e bolsos. E foi nessa Atenas, numa de suas mais badaladas casas noturnas, que uma jovem chamou a atenção de todos ao entrar. Os cabelos muito escuros caindo em fios retos e desfiados sobre os olhos escuros e misteriosos e contrastando com a pele pálida típica daqueles nascidos nas estepes russas de longos invernos. Seu corpo delicado estava envolvido perfeitamente pelo tecido vermelho de um vestido que se ajustava perfeitamente do busto bem feito até a cintura fina de onde partia uma saia solta e ampla, que acompanhava com perfeição os movimentos quase felinos dela. Sensualidade essa que não passou desapercebida a um homem em especial.

Ela atravessou a pista de dança, onde casais ou não dançavam de maneira frenética, arrancando olhares de inveja e de cobiça de homens e mulheres.
Pediu uma bebida ao barman, e se sentou próxima ao balcão.
Não demorou muito para que um homem de mais ou menos seus vinte e cinco trinta anos se aproximasse.

- Uma moça tão linda não deveria estar sozinha numa noite como essa.

Ele tinha modos exagerados e falava gesticulando com os braços bem ao modo do povo do Mediterrâneo.

- E o que essa noite teria de diferente de todas as outras?

Ela não tinha o menor interesse em parecer simpática.

- Essa noite você está aqui, srta....

- Depende para quem eu devo dizer o meu nome?

- Nikolas, seu criado e admirador mais ardoroso! – disse ele fazendo uma pomposa reverência.

Algumas mesas de distância de onde a bela assassina estava, um olhar ora frio e cortante como o aço, ora ardente como ferro em brasa, a olhava intensamente.

- Se está interessado, devia ir até lá, bonita como é, não ficará sozinha muito tempo. Aposto que ela troca esse charme francês, pelo palhaço ali.

- O que está fazendo aqui Aioria?

- Não é o único que está de folga por aqui.

- E Marin sabe que você freqüenta esse tipo de lugar quando vem para Atenas sozinho?

O rapaz de cabelos e pele dourada, sorriu um pouco constrangido diante da pergunta.

- Se ela sonhar que eu estou aqui, vocês podem começar a procurar um novo cavaleiro de leão.

- Então por que vem?

- Gosto de dançar, gosto da música, não estou aqui atrás de nenhum rabo-de-saia. Mas você por aqui, é novidade!

- Não sabia que estava tão inteirado da minha vida social!

- Não seja cínico!

- Você provocou.

“Nikolas , se não estava enganada, esse era o nome de um dos mais ricos empresários da noite grega, com boates, e casas noturnas espalhadas por todas a cidades e ilhas gregas, mas também era conhecido por estar envolvido no tráfico internacional de mulheres.”

- Me diga uma coisa, estaria aqui se eu não fosse bonita?

A pergunta que colocaria qualquer homem numa tremenda saia justa, não pareceu mexer com aquele homem tão excêntrico.

- Todas as mulheres são belas, aos olhos da pessoa certa.

Ela sorriu, como há muito não fazia, de maneira espontânea, mas seu rosto se fechou de repente quando não muito longe dali ela viu um jovem de cabelos claros e com a pele queimada típica da região, e ao seu lado um outro cujo rosto não saía de sua mente bem como o gosto de sua boca.

Seus olhos se encontraram como duas espadas se encontrando em meio a um combate de vida ou morte lançando faíscas a cada choque.

- Gostaria de dançar, senhorita?

A pergunta repentina a tirou do transe em que estava e meio sem saber o que dizia acabou aceitando o convite.

- Está vendo não foi tão ruim!

Sob o som quase ensurdecedor da música eletrônica, Nikolas praticamente gritava para ser ouvido pela jovem que dançava ao seu lado, agitando os braços e a cabeça e movimentando os quadris sensualmente sob a batida da música.

_ Acho que estou ficando tonta.

- Pode até ser, mas pelo menos você está se divertindo.

Dessa vez ele estava errado, a figura de Kamus a observá-la havia lhe deixado mais tensa do que podia imaginar, só de pensar que ele acompanhava cada movimento seu ela sentia arrepios.

- Nikolas! – era um dos seguranças da casa que agora interrompia seus pensamentos. – Temos um problema.

A palavra problema tornou sério o rosto alegre do empresário e ele saiu da pista se desculpando.

- Desculpe senhorita, mas os negócios me chamam, tenha uma boa noite, mesmo que seja sem mim.

Por algum motivo, não conseguiu acreditar que um homem tão gentil como ele pudesse mesmo estar envolvido com os crimes pelos quais era acusado, todo aquele submundo de crime e prostituição parecia algo distante demais de alguém como ele que de forma inesperada havia lhe dado os poucos momentos de alegria que havia tido naquela noite.

Ela já se preparava para deixar pista de dança, quando sentiu uma mão segurá-la firmemente pela cintura.

- Já vai tão cedo?

Sentiu que o corpo dele se encaixava no seu.

Ela tentou se livrar e se virou de frente para ele. Seus olhos se encontraram, só que dessa vez havia fogo neles. Ele se aproximou mais e disse umas palavras no ouvido dela.

- Até quando pretende me seguir?

Ela hesitou um momento, pois oscilando sobre o peito parcialmente aberto da camisa, estava lá, quase que uma provocação brilhando, seu tesouro tão perto e cada vez mais distante.

- Sabe muito bem que só estou aqui por que você queria que eu o encontrasse.

Ela não podia revelar o interesse que tinha naquele objeto ou isso se tornaria uma arma nas mãos dele.

Uma música mais lenta e sensual tocava agora, fazendo com que apenas alguns casais, que não sabiam ao certo se continuavam na pista ou iam para um motel, continuassem na pista. Uma trilha perfeita para que o mais sensual dos combates tivesse início ali.



Continua...

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domingo, 21 de junho de 2009

Gaiata, Desastre e Golias

Minha primeira historia cômica. Acho que não será muito difícil fazer porque alguns trechos são tirados da vida real. XD

Sinopse: Manuela é uma garota que adora contar piadas e colocar apelidos em todo mundo. Um dia foi transferida para um colégio onde conheceu sua amiga Carla, e também Charles. Qual será o rumo dessa historia?

Gaiata, Desastre e Golias

A sala de aula de um colégio público situado no subúrbio do Rio de Janeiro, estava repleto do som proveniente das gargalhadas dos alunos. O professor já havia parado de escrever no quadro negro pela segunda vez só naquela manhã. Então, sem olhar pra trás, chamou a atenção de um deles:

- Manuela!!

- Sim, professor? – perguntou inocentemente Manuela sem levantar o rosto, parecendo concentrada em seus afazeres estudantis.

- Não venha dar uma de inocente, Manuela. Pare de fazer seus colegas rirem enquanto estão copiando o exercício.

- Oras, professor. Eu não estou fazendo nada alem de copiar os exercícios.

O professor dá um suspiro desanimado, e continua a escrever no quadro negro. Minutos depois, do outro lado da sala, a bolsa escolar cai, levando a cadeira junto, e dando um grande susto nos alunos e no próprio professor que gritava:

- O que foi dessa vez, Carla?

- Desculpe, professor. É que o meu caderno ficou preso à bolsa, e quando puxei caiu tudo no chão.

Só se ouve um grito meio abafado “Desastre”. O professor olha para Manuela, e esta estava concentrada em responder a tarefa.

- Manuela, por favor, sente-se aqui perto de Carla.

- Oras, professor, por que tem que ser eu a sentar ali, se nenhum dos colegas dela sentam ali?

A gargalhada dos alunos foi geral. O professor pediu silencio, o que foi demorado pra se conseguir e depois concluiu:

- Porque estando onde está sempre atrapalha minha aula. E também será bom pra ajudar a sua colega de classe a deixar tudo organizado para que eu possa continuar a copiar o assunto.

- Se ferrou nessa, novata.

- Fica na sua, Mandíbula. – respondeu Manuela, fazendo um barulho estranho e com as mãos à frente da boca como se uma boca de jacaré, abria e fechava na ponta da mesa, como se tivesse devorando-a. – Com esses dentões não é de se admirar que a mesa esteja toda comida.

Todos começaram a rir sem parar enquanto Manuela pegava seus objetos sob o olhar raivoso do garoto apelidado de Mandíbula do He-man. Assim que Manuela se acomodou no acento atrás de Carla, o sinal da hora do recreio tocou. Todos, sem exceção, estavam feliz com aquele som. Era como se fosse o soar do gongo de um ring. Era tempo de recarregar suas energias para poder agüentar mais algumas horas de aula. Já o professor dava graças a Deus por existir esse tão abençoado barulho que significava alguns minutos de paz.

Refeitório

Manuela estava na fila com sua bandeja na mão, tentando enxergar o que teriam pra comer. Subitamente diz em tom alto, e brincalhão:

- Cardápio de hoje: feijão quebra dentes, papa de arroz queimado no fundo, e o delicioso frango metralhado saído da guerra. E para ninguém se engasgar, teremos água com açúcar com corante amarelo. – alguns começaram a rir, enquanto que os cozinheiros olhavam com cara feia – Ei, Paquita, corte este cabelo que eu já ia correr pra pedir um autografo.

Dizia Manuela para um garoto da sua sala que já ia para uma mesa vaga.

- Eu já disse, Manuela, que meu nome é André. – resmungou o loiro de cabelos lisos batendo no ombro.

- Certo, não me esquecerei disso. – replicou Manuela colocando a bandeja encima da mesa para que servissem a comida em sua bandeja e logo a seguir disse alto para que André escutasse –Ei, no próximo sábado irá ter a festa de aniversario do meu priminho. Daria pra você e o Dengue ai dançarem Ilariê lá?

Mais uma vez Manuela arrancou gargalhada de todos.

Manuela estava se dirigindo para a mesa vaga logo após Alexandre, a quem ela chamou de Mandíbula. Este sorriu com malicia colocando o pé no caminho. Manuela já ia soltar uma gracinha pra ele, quando sentiu seu pé topar com algo no caminho. Rapidamente compreendeu o motivo daquele sorriso. Então, jogou a bandeja pro lado, que foi de encontro com o rosto de Alexandre. De repente alguém gritou: “Guerra de comida”. Cada aluno tentava se abrigar e atacar ao mesmo tempo, usando a colher de plástico como se fosse uma catapulta, e a comida a munição. Manuela saia de fininho, dando de encontro com Carla. Quase que caiam no chão com a trombada. Alexandre a seguiu assim que conseguiu limpar o rosto.

- Agora você vai pagar caro por sua gaiatice, garota.

Dizia ele armando um soco contra Manuela, que estava surpresa com aquela reação e não tinha reflexo para impedir de ser acertada por ele. No entanto, nada aconteceu graças ao garoto alto que estava ao lado de Carla. Ele segurava firmemente o punho de Alexandre, enquanto que a outra mão fazia pressão no ombro de Alexandre, forçando-o a abaixar-se um pouco:

- Não se deve levantar o punho contra uma garota, moleque. Peça desculpas agora mesmo.

- Ai, ai, isso dói!! Não vou pedir desculpas nenhuma pra essa... AI!AI! – o garoto alto fazia mais pressão ainda, fazendo Alexandre interromper o xingamento que faria a Manuela.

- O que está acontecendo aqui? – rapidamente o refeitório entrou em grande silencio e cada aluno tentava esconder a prova de seus crimes – Vocês quatro, para a sala da diretoria agora mesmo!


Diretoria

- Muito bem... quem irá explicar como aconteceu aquela zona de guerra no refeitório?

Todos ficaram quietos, e o Diretor já se mostrava impaciente. Manuela percebeu que se ninguém falasse nada, seria pior para todos. Então, um tanto acanhada, começou a relatar:

- Eu estava conduzindo alegremente minha bandeja para a única mesa vaga quando tive a infelicidade de topar no pé de Mandi... de Alexandre, meu colega de classe.

- E... – o Diretor parecia impaciente com aquela longa pausa de Manuela.

- Tentei fazer o possível para não cair, mas não tive sorte em equilibrar minha bandeja... Ah Senhor Diretor, foi terrível. Eu estou com tanta fome, e a comida parecia tão deliciosa...

- Ela jogou a bandeja na minha cara, Diretor.

- Foi um infeliz incidente, Senhor Diretor. Quanto a guerra de comida, não temos nada haver com aquilo. Alguém grito que era guerra de comida sem perceber o que estava acontecendo de verdade.

O diretor parou para pensar um pouco no que foi dito. A forma como a garota que havia tomado a frente para relatar todo o corrido soou tão sincera que não havia porque não acreditar nela.

- Vocês três podem ir. Já você, rapazinho, ficará aqui. Estava agredindo um garoto mais novo que você só porque é mais velho e mais alto.

- Ele não estava agredindo o Mandíbula. – rapidamente Manuela intervém em auxilio ao garoto alto – Ele só estava me defendendo. Ele não tinha intenção de machucar.

- Você é a novata, não é? – Manuela confirmou com um menear de cabeça – Então não conhece a reputação deste rapaz. Está sempre metido em confusões. Agora podem voltar a sala de aula.

- Que bom, já posso ir! – dizia Alexandre todo contente.

Então, pela primeira vez até aquele exato momento, Carla abre a boca pra anunciar:

- Se Charles vai ficar, eu também fico aqui.

- Não, Carla. O Diretor só está fazendo o que ele deve fazer. Você deve voltar pra assistir sua aula. Estamos perto de fim do bimestre, e se perder algum assunto não fará uma boa prova.

Charles falou gentilmente com sua amiga. Manuela se comoveu com a grande amizade entre aqueles dois e disse, fincando o pé no chão:

- Eu também ficarei. Posso copiar o assunto depois. – o Diretor olhou sério pra ela, então ela sorriu e continuou, virando-se para Carla – Sabe o que podemos fazer neste meio tempo?

- Não. O que poderíamos fazer? – perguntou Carla inocentemente.

- Irei contar algumas piadas. Vou começar por esta: A mudança foi toda colocada no caminhão. Um desses de carroceria aberta, abarrotado de móveis e lá em cima de tudo a gaiola com o papagaio. A mudança devia estar mal-arrumada e as ruas eram muito esburacadas. Com o balanço, a gaiola caiu com o papagaio. Desceu todo mundo, acudiram o papagaio e botaram a gaiola la em cima. Dali a pouco o pobre coitado despenca outra vez. E outra vez. E mais outra, mil tombos. Aí o papagaio, já irritado, no último tombo virou-se para o dono e disse: - Faz o seguinte: me dá aí o endereço que eu vou a pé.

Carla e Charles seguiram Manuela na gostosa gargalhada. O diretor virou o rosto sorrindo.

- Mais outra: Todas as crianças haviam saído na fotografia e a professora estava tentando persuadi-los a comprar uma cópia da foto do grupo. - 'Imaginem que bonito será quando vocês forem grandes e todos digam ali está Catarina, é advogada, ou também Este é o Miguel. Agora é médico'. Ouviu-se uma vozinha vinda do fundo da sala: -'E ali está a professora. Já morreu.'

O Diretor mais uma vez estava prestes a soltar uma gargalhada ao escutar a piada e escutar a risada das três crianças a sua frente.

- Mais uma, e essa é de Argentinos: Dois argentinos chegaram no Brasil sem nenhum dinheiro no bolso.
Nas primeiras horas da manhã, um diz para o outro.
— Vamos nos separar e pedir diñero en la rua! En lo final de la tarde, nosotros nos encontramos para saber quanto diñero gañamos!
E cada um vai para um lado.
Ao cair da tarde eles se reencontram e um pergunta para o outro:
— Quanto usted gañou?
— Eu gañei 30 reais!
— E como usted fez para gañar isto?
— Fui en lo parque de diversiones e hablei: "Yo tengo 3 niños para sustentar e yo preciso de ajuda!"... E
usted, quanto gañou?
— Yo gañei dois mil reais!
— Nuestra Señora! — exclamou o outro. — E o que usted hablou para gañar tudo isto?
— Yo hablei: "Ajudem-me, me faltam apenas sete reais para comprar una passagem para yo regressar para Argentina!"

O Diretor colocou uma folha de papel e sorriu por trás dela. Se Manuela fosse inventar de contar mais uma piada, não conseguiria trabalhar. Pior ainda seria que perderia a moral se risse na frente deles. E estava a um triz de soltar uma sonora gargalhada. Então para seu azar:

- Olha, vocês conhecem aquela do pum? É assim: No elevador...

- Já chega, Manuela. É melhor vocês três voltarem pra suas salas de aula. Não é bom que percam aula assim tão próximo do fim do bimestre. Quanto a você, Charles, já está na 8ª série. Deveria dar um bom exemplo para essas meninas. Espero que o ocorrido no refeitório não se repita.

- Muito obrigada, Senhor Diretor. Mas o senhor não quer escutar essa ultima piada?

O diretor apontou nervosamente a mão em direção a porta para que saíssem. Prontamente Manuela e Carla foram pra sua sala, e Charles tomou o caminho oposto para ir para a sua.


Continua...

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro - 2º Cilada

Saori não tardou a dormir. Detestava ter que dormir em hotéis, mas numa noite de acontecimentos estranhos e atentados, não queria chamar muita atenção sobre sua pessoa, partindo no meio da noite para um lugar tão ermo, ou ainda atraindo a atenção de prováveis inimigos para seu Santuário.

Mas para Kamus e Saga não haveria descanso. O ataque sofrido por Saori e sua decisão de permanecer em Atenas naquela noite se tornaram uma preocupação a mais para os dois cavaleiros.

- Fomos descuidados. – comentou Saga – Isso jamais deveria ter acontecido!

Kamus moveu a cabeça concordando.

- Tivemos sorte dessa vez.

- Sorte que você tem bons reflexos, mas não creia que haja uma próxima vez, meu amigo.
- Na verdade eu espero que haja .

Saga sorriu entendendo perfeitamente a intenção do outro. Ás vezes Kamus com seu raciocínio frio chegava a surpreender até mesmo alguém como Saga, tão acostumado a se antecipar aos outros, tanto em pensamentos como em ações.

-Entendo! – disse então dando por encerrada aquela discussão.


Em outro lugar...


Uma câmera digital caia do 12º andar de um apartamento espatifando ao encontro com a calçada. A mulher que a jogou observou satisfeita todo o trajeto exibindo um sorriso por trás do tecido negro que cobria seu rosto. “Finalmente esta foi a última câmera que poderia revelar minha identidade e isso me causaria muitos problemas no submundo. Se bem que o chefe já deveria ter algo em mente para que isso não ocorresse. Tenho tantos passaportes e identidades que chego a duvidar de qual seja a minha verdadeira”. Pensou a mulher. Virando-se para o homem encolhido no canto do quarto, sentenciou em voz ameaçadora:

- Espero que não relate sobre o que aconteceu aqui esta noite para o seu próprio bem. E que também não esteja me enganando sobre não haver outras copias da foto.

- Eu juro que estou falando a verdade. Por deus, não faça nada contra minha família. Meus filhos...

- Por enquanto nem cheguei perto deles. Isso pode mudar se procurar a policia ou qualquer outra pessoa. Lembre-se, não importa aonde vá ou se esconda, sempre os encontrarei.

A mulher mascarada sai da mesma forma que entrou, passando pela janela e escalando as paredes externas. Ao chegar no pico do edifício ela pega um celular discando alguns números a seguir. Depois de uma pequena espera, pergunta ríspida:

- Onde ela está agora?

- Boa noite pra você também. Oh!! Esqueci! Você está tendo uma péssima noite. Amanhã finalmente saberemos como é seu rosto.

- Espere sentado então. Vá logo ao que me interessa.

- Pelo que vejo já deu seu jeitinho sutil. Era de se esperar de uma profissional como você. – a pessoa do outro lado da linha grunhiu em resposta e ele imediatamente mudou de assunto – Ela está no Plaza Hotel, quarto 417. Os quartos deste andar estão vazios até amanhã a tarde quando chegará uma excursão vinda da França . Mas não espere passar por toda segurança facilmen... Droga! Como sempre ela desligou.

A mulher colocou o celular no telhado jogando álcool por cima dele, tocou fogo e chutou para que caísse na rua lá em baixo. O aparelho inflamado tocou o solo quebrando-se em varias partes. Ela nem esperou pra ver o resultado. Saiu pulando de telhado em telhado até chegar a seu objetivo. “Não consigo entender como os repórteres podem pensar em constituir uma família. É um emprego que só oferece risco a pessoas próximas. Assim como policiais, promotores de justiça e juizes”. A mulher pensava neste assunto desejando não ter que matar alguém sem necessidade. Observou que o movimento dos seguranças do hotel não deixava uma brecha sequer. Lembrou que varias vezes esteve em uma situação similar a aquela, e mesmo assim conseguira romper todo o esquema de segurança. Só tinha uma coisa que estava incomodando sua mente. Não fazia sentido uma mulher com tanto status social estar ocupando tal quarto mesmo que o hotel fosse caro e luxuoso. Pessoas assim geralmente ficavam em quartos presidências. Não era a hora nem o momento para deixar sua intuição, que as vezes falhava, dominar sua mente com questões como aquela. Possivelmente a garota rica estivesse tentando despistar seu rastro, e tudo o que ela precisava naquele momento era se concentrar na sua missão.

Eis que surge o que ela precisava saber. Sempre ficava um segurança enfrente a porta enquanto os outros dois rondava pelos corredores. Era uma questão de poucos minutos até que voltassem a seus postos. Esperou que retornassem e partissem novamente, calculando assim o tempo que teria para agir. Passou por uma das janelas do corredor entrando imediatamente no quarto à esquerda. Contando os minutos, aguardou pacientemente em completo silencio atenta a qualquer som, até escutar os passos do segurança distanciar novamente. Essa era a deixa. Pegando uma arma no coldre da cintura, já saiu disparando na direção do homem que montava guarde em frente ao quarto. Este nem percebeu o que acontecia mesmo depois de receber dois dardos tranqüilizantes. Antes mesmo que o segurança pudesse esboçar qualquer reação ou cair no chão, ela já tapava sua boca com a mão e o arrastava para o quarto de onde saíra com uma certa dificuldade devido ao peso daquele brutamontes. Voltou o caminho rapidamente e entrou no quarto sem fazer um ruído sequer. O quarto estava escuro, porém, era possível entrever a cama no meio do quarto. Aproximou sacando a faca que era parecida com a outra que havia perdido no meio do tumulto e disse em voz baixa:

- Terá a morte mais rápida e indolor que uma pessoa como você poderia merecer.

Cravou a faca no lugar exato onde seria o pescoço encoberto da pessoa ali deitada. Nada. Esperava um suspiro esganiçado e a faca rompendo a pele, tendões. O que estava acontecendo ali? Debruçou mais um pouco sobre a cama retirando rapidamente o lençol. Como podia ter se enganado com apenas alguns travesseiros? Antes mesmo de sua mente concluir que tinha caído em uma armadilha escutou o sussurro próximo a sua orelha:

- Sabia que não iria me decepcionar.

Assombrada com o poder daquela voz sensual e familiar, virou-se bruscamente. Sua respiração ofegante refletia contra o peito desnudo daquele homem e voltava contra seu rosto. Estava a poucos milímetros dele, e podia sentir o calor que aquele corpo emitia. Seus lábios agora estavam entreabertos sentindo o desejo apossar de cada pedaço de seu corpo. Sua respiração estava ficando descompassada. “O que está acontecendo comigo? Sou pega em uma cilada, e em vez de tentar fugir, fico aqui sem fazer nada apenas sentindo essas sensações sem sentido”. Aqueles segundos de hesitação por parte dos dois foram interrompido quando o homem decidiu abraçá-la com o intuito de prendê-la. A jovem conseguiu desvencilhar-se graças a sua flexibilidade. Abrindo escala, escorregou até ser possível passar por entre as pernas dele. Sabia o quão rápido ele poderia ser, mas parecia que não estava fazendo esforço para pegá-la. Quando pensou que já estava a salvo e que poderia escapar pela janela, sentiu apenas o choque entre os dois corpos. Parecia que havia se jogado contra uma parede de concreto. Ele estava bem à frente da janela, bloqueando seu caminho. “Sua velocidade é sobre-humana!” Sentiu a pressão em seus ombros quando ele a segurou com firmeza.

- Não pretendo mais pegar leve com você, garota. Dei-te varias chances de desistir de cometer essas loucuras que vem fazendo desde o incidente no restaurante.

- Não pedi nenhuma gentileza sua.

- Mesmo? – perguntou Kamus arqueando a sobrancelha esquerda mostrando sarcasmo em sua voz.

- Solte-me ou se arrependerá.

- Não está em condições de exigir nada, mocinha.

A mulher olhou para seus olhos e depois para todo o corpo dele. “Que homem, meu deus!! Droga, no que estou pensando? Estou a mercê dele, e ainda paro para pensar em coisas que nunca tinha feito antes. A única forma de sair dessa é contra-atacando no ponto fraco dele. Mas o único lugar que posso ver agora causaria uma dor que nem gostaria de imaginar. E mesmo que eu tentasse este golpe baixo, ele poderia se defender com toda essa velocidade que tem, e depois poderia ficar extremamente irritado. Já sei!!” pensou a mulher parando de se debater. Kamus logo estranhou aquele sorriso encantador e aquele olhar de puro desejo, imaginando que certamente havia um plano por trás daquela súbita mudança. Diminuiu a pressão que exercia sobre seus ombros pronto para um contra-ataque. Mas o quê ela queria? A resposta veio em seguida. Um beijo que fez o cavaleiro arregalar os olhos sem acreditar no que estava acontecendo. A mulher que tentou matar Saori Kido duas vezes agora o beijava com mais ardor que no inicio, como se tivesse medo de ser rechaçada por sua iniciativa. Kamus sentia que deveria afastar-se dela, mas ao mesmo tempo queria continuar e esquecer seu papel naquele lugar. Estava ficando cada vez mais difícil manter sua mente voltada a suas obrigações ao sentir àquelas mãos pequenas e delicadas percorrendo seu peito. “Por Athena! Se isso continuar assim, acho que vou enlouquecer.” Onde foi parar o Kamus frio e calculista que sempre fora?, se perguntava o cavaleiro de Aquário. Tinha que dar um basta naquela situação antes que ela conseguisse alcançar seu objetivo naquele momento, baixar mais ainda a guarda. “Não!”, gritou em seus pensamentos e reunindo todas as forças que tinha empurrou firmemente a mulher, mesmo escutando seu gemido de protesto, voltando a assumir a feição fria de sempre, conseguindo chamar a atenção que desejava da assassina. O olhar dela queimava de ódio, nem parecia à mesma mulher que a pouco mostrava tanto desejo. Com um movimento rápido ela atirou algo no chão, no mesmo instante uma explosão foi ouvida em todo aquele andar e o quarto onde estavam foi tomado por uma fumaça densa fazendo Kamus procurar um lugar seguro onde pudesse enxergar melhor. No meio da confusão ela tentou escapar pela janela, que certamente estaria bem a sua frente, mas sentiu que mão do cavaleiro havia alcançado seu braço e a detinha.

- Onde pensa que vai? Ainda tem muita coisa para responder.

- Não sou boa nesse jogo de perguntas e resposta. – diz acertando um chute no rosto de Kamus que pego de surpresa acaba soltando a assassina, que aproveita o momento para que aproveita o momento para se jogar pela janela. Logo em seguida Saga entra no quarto e encontra um o cavaleiro de Aquário visivelmente contrariado.

- Kamus você está bem?

- Por que não estaria? Era apenas uma assassina e não algum guerreiro protetor de deuses como nós.

- Certo, já vi que não está nos seus melhores dias. Vejo que não conseguiu pegar a garota. – Agora Saga se mostrava irônico. – Conseguiu ao menos alguma pista?

- Não.

Saga deixou o quarto sem fazer nenhuma observação. Kamus olhou para o objeto que havia retirado da cintura da assassina na hora da fuga e deixado no canto do quarto. Pegando-o, olhou bem conjeturando pra si mesmo:

- Acredito que não seja louca o suficiente para arriscar a ser pega por causa disso. Ela parece obstinada em perseguir suas vitimas até que estejam mortas. Será que ela também pode ser assim em outras questões? Não! Não haverá a próxima vez, e mesmo que houver, não serei pego desprevenido. – ao lembrar-se rapidamente do que havia acontecido agora pouco, meneando a cabeça para afastar aqueles pensamentos. – Aquele beijo nem foi lá grande coisa. Não significou nada pra mim.


Em um apartamento luxuoso


- Droga!! - pestanejava a moça socando o espelho a sua frente - Não acredito em como pude ser tão idiota ao ponto de me deixar levar tão fácil por apenas um beijo... Não, não foi isso! Tenho feito vários trabalhos e todos eles alem de me deixar exausta fisicamente me deixa mentalmente também. Tudo o que eu precisava era de alguém que me entendesse. – olhando para o corte em sua mão disse a si mesma – Aquele beijo não significou nada.

Lavou o corte e tratou de se despir. Nada melhor do que uma ducha fria para clarear sua mente, e isso era uma coisa que realmente estava precisando. “Preciso voltar ao hotel, e encontrar aquilo de qualquer forma. Sei que será perigoso, mas o que posso fazer? Tenho que ir assim mesmo.” Ao terminar o banho, ela se secou, cobriu-se com a toalha e foi ao quarto, retirando alguns papeis do fundo falso da mala preta. Colocou-os encima da mesinha e começou a trabalhar neles por um período de meia hora. Olhou bem o resultado satisfeita, deixou encima da mesinha e se jogou na cama. Exausta como estava, pegou logo no sono.


Continua...

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terça-feira, 9 de junho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro -1º A Assassina


Olá visitante! Gostaria de agradecer por sua visita e esclarecer uma coisa. Sempre que ver esta imagem (ai ao lado direito)antes de alguma fanfic ou original, saiba que pode ter cenas de violência, sexo, ou ambos na historia. Gostaria de pedir que seguissem sua consciência e decidissem se devem ou não ler a historia.



Obrigada pela compreensão.






Kayla & Virgo apresentam: “A Assassina e o Cavaleiro”. Uma fanfic onde uma série de tentativas de assassinato vem ocorrendo contra Saori Kido, deixando os cavaleiros de Athena atentos. O dever deles é impedir que algo aconteça à deusa e capturar esse assassino. Mas para um cavaleiro em especial, essa tarefa não se mostra tão fácil quanto parece.


A Assassina e o Cavaleiro


Um vulto procurava manter sua identidade oculta, tendo para isso que se mover na penumbra das sombras com sua vestimenta tão negra quanto a noite. Seus movimentos eram graciosos, e sua habilidade mostrava que praticara anos a finco para obter o grau máximo desejado. Contava com isso para invadir a sala de arquivos para encontrar o que procurava há muitos anos. A sala parecia vazia, e a escuridão permitiu que chegassem à gaveta cheios documentos. Fora fácil abrir com suas ferramentas. Pegou a pasta, e quando a abriu, utilizando uma pequena lanterna para ver seu conteúdo, as luzes se acenderam.

- Você não costuma baixar a guarda, jovem.

- O que o senhor faz aqui?

- Estava apenas aguardando sua chegada. Pelo visto, cumpriu com sua missão com uma incrível rapidez. Creio que desta vez bateu seu próprio Record.

- E você já contava com isso, e este é o motivo de ter me esperado no escritório.

- Quanta desconfiança... A verdade é que tenho outra missão para você. Exatamente o conteúdo dessa pasta que tem em mãos já diz tudo.

Ela prestou bastante atenção na foto e em algumas linhas sobre o perfil da pessoa que deveria fazer uma visita e concluiu em pensamentos: “Eu devia imaginar que o chefe jamais deixaria a pasta que procuro tão fácil de ser encontrada”.Jogando a pasta sobre a mesa, foi até a janela sem olhar para o homem sentado atrás dela:

- Não parece ser uma criminosa. Está mais parecida com uma garota qualquer. Sabe muito bem o que acho deste tipo de missão.

- Não se deixe levar pela aparência. Esta jovem já causou inúmeros problemas para minha empresa, e pior ainda, para muitos inocentes. Passa-se por uma jovem benfeitora, no entanto, não passa de uma vigarista.

- Se você está dizendo... Assim que terminar esta missão, precisarei de um favor. Sabe muito bem que nunca peço nada, e que me deve isso há muito tempo.

O vulto pulou a janela por onde entrou, e logo já estava longe da vista do homem a quem chamou de chefe. Sabia que ele nunca dava a graça de sua presença desacompanhada. No entanto, esta figura singular tinha motivos para não confiar naqueles que o cercava. Todavia, tudo o que importava naquele momento era cumprir logo com sua missão, e pedir o tal favor.

Horas mais tarde...

Um jantar beneficente estava sendo realizado no mais famoso restaurante da Grécia. A organizadora deste jantar era nada mais nada menos que Saori Kido, também conhecida como deusa Athena. Mas este lado só os inimigos do santuário tinham conhecimento. Como tal autoridade, lógico, nunca andava desacompanhada. Para tanto, havia sempre dois cavaleiros que a acompanhavam: Kamus e Saga. Em casos de eventos em que a probabilidade de um ataque à deusa fosse mínima, apenas um deles fazia sua escolta. E hoje, era exatamente o caso.

Saori sorria para todos na sala após a manifestação de um empresário que afirmou abraçar a causa de ajudar as pessoas carentes. Sim, no mundo inteiro a paz mundial parecia ter sido encontrada, mas um problema ainda não deixava de existir: fome e miséria das classes baixas. Com os donativos de alimentos, remédio, e roupas, dariam para amenizar o sofrimento de muitas crianças espalhadas por todos os países do terceiro mundo. Lógico que precisaria fazer esta campanha em vários outros países, mas a Grécia já foi um bom começo.
Como estava feliz a deusa após outras manifestações, como a de médicos, dentistas e até mesmo enfermeiros que fariam trabalhos comunitários para ajudar também.
O sorriso de Saori alargou-se quando avistou uma pessoa baixa e maltrapilha aproximando-se dela. A hipocrisia de algumas pessoas era realmente latentes, demonstrando nojo com a presença da recém-chegada pessoa. Era obvio que nestes casos, só ajudavam para conseguir algum marketing com a campanha de doação aos mais necessitados, ou usavam este recurso para reduzir seus impostos junto ao governo. Sabia disso porque já enfrentou alguns casos como este: ajudavam por no máximo três meses e depois davam pra trás com o compromisso. Saori estendeu a mão para ajudar aquela pessoa tão desprovida de recursos.

- Fora roupas, de quê mais precisa? – Saori perguntou com serenidade, e percebendo que a pessoa em questão estava acanhada em responder olhou para um garçom do restaurante pedindo – Por favor, traga um prato de comida para esta pessoa.

O garçom saiu rapidamente tentando esconder a expressão de desgosto, enquanto Saori comentava para os demais:

- Como podem ver, existem muitas pessoas necessitadas. Essas pessoas temem pedir qualquer coisa a nós devido a forma em que tratam eles. Precisamos ser caridosos não só em dar alguma coisa, como também mostrar afeição a eles.

Mal Saori terminou de falar isso, a pessoa em questão tentou cravar uma faca estilo exercito em seu ventre. A faca não teve seu intento devido aos movimentos rápidos de um homem de cabelos azuis escuros que estava ao lado de Saori. Mesmo movimentando-se rápido, não perdeu a classe em seu terno azul-marinho. Ele desarmou a pessoa e arrancou-lhe a indumentária que escondia seu rosto. O homem espantou-se soltando uma exclamação:

- Uma garota?!

A jovem parecia um pouco mais que uma criança, inocente diga-se por passagem, pensou o homem. Ele segurava seu braço torcido nas costa da jovem assassina, e afrouxou um pouco quando percebeu que lhe causava dor. Era exatamente o que ela precisava. Soltou-se facilmente e correu empurrando quem estivesse á sua frente. Atravessou a janela fechada que espatifou toda, deixando vários cacos de vidro no amplo salão e alguns na rua. Quando o homem fez menção de perseguir a foragida uma voz o deteve:

- Deixe-a ir, Kamus. Sei que deveríamos capturá-la para fazer um interrogatório, mas temos outras prioridades agora.

- O que poderia ser mais importante do que isso?

- Veja, aquele senhor bateu a cabeça e precisa de cuidados com urgência.

Depois do ocorrido todos acharam prudente encerrar aquela reunião por óbvios motivos de segurança. Saga, o outro cavaleiro que acompanhava Saori, olhou indignado para aquele bando de milionários que deixavam um após o outro o restaurante

- Parece que eles estão bem satisfeitos em ir embora.

- Infelizmente Saga esse atentado foi apenas um pretexto. – respondeu Kamus –– As pessoas não são tão generosas quanto tentam parecer.

- Não se apressem em julgar meus amigos, a maioria aqui talvez só não tenha tido uma oportunidade verdadeira de mostrar como podem ser bons. Eu acredito e quero continuar acreditando que o ser humano pode ser muito melhor, ou então tudo o que eu fiz até hoje, perderia completamente o sentido.

- Agora vamos embora, é amanhã que vamos começar a verdadeira batalha, conseguir que palavras generosas se transformem em ações.

No seu rosto uma sensação de contrariedade dava aos seus olhos quase tão escuros como a noite, uma expressão ainda mais sombria.
Em seus pensamentos a imagem daquele homem ainda era muito clara. O homem que havia exposto seu rosto, e impedido que ela realizasse sua missão. “ Como ele pode!”, pensou enquanto olhava para o pulso onde a marca arroxeada do lugar onde ele havia segurado, fazia com que ela se lembrasse do fracasso, e da sensação horrível de ser exposta.

Foi então que passos a tiraram de seu breve transe. Imediatamente ela se colocou em alerta, agarrou a pequena adaga que tinha sobre o móvel ao seu lado e a atirou no exato instante em que a porta se abriu.

- Precisa treinar mais.

O homem que acabava de entrar nem precisou se esforçar para agarrar a adaga, enquanto ela sem estranhar a habilidade do homem que chamava apenas de chefe, mantinha agora os olhos bem fixos nele e na adaga que agora ele segurava.

- Eu falhei. – Resmungou a mulher com o rosto amuada.

- Achou mesmo que iria conseguir matar aquela garota numa primeira tentativa? Pelo visto você não prestou atenção na ficha dela.

- Claro que eu li sobre seus guardiões.

- Mas os subestimou, parece que você não aprendeu, achou que uma mulher como ela andaria desprotegida?

Ele agora girava a adaga entre os dedos em movimentos tão rápidos que mesmo uma assassina treinada como ela tinha dificuldade em acompanhar.

- Quem são ou o que são eles? A velocidade com que fui contra atacada não parecia ser humana.

O chefe jogou a adaga de volta a alguns centímetros dos pés dela.

- Esse é o espírito.

Agora uma nova certeza preenchia a mente daquela mulher, de que jamais conseguiria matar Saori Kido com aqueles dois por perto.


Continua...

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domingo, 7 de junho de 2009

Quebrando a cabeça

gile

Depois de tantas tentativas fracassadas, depois de quase ter que excluir o Blog, depois de tanta dor de cabeça, depois de... Ta bom ta bom. Todo mundo entendeu. Vou direto ao assunto.

tension

Depois de pesquisar muito, e errar muito também, finalmente consegui colocar uns Emoticons no Blog. Fui em vários blogs pra tentar achar os códigos pra inserir Emoticons no meu Blog.

Acho que os Emoticons são ótimos porque deixa o site fofinho e alegre. E no meio de tantas pesquisas, encontrei vários sites bons. Vou até por aqui a descrição e o link.

Site de tradução, o melhor que eu achei foi o Translate.Eu esse eu recomendo. menari Melhor que muitos sites de tradução online que vi por ai.


Translate.Eu


Melhor Blog para tirar duvidas sobre blogs é o “Dicas para Blogs”. Tem muita coisa . E as explicações são fáceis de compreender. Infelizmente não tinha o que eu tava procurando. Mas pelo menospra vocês incrementar seu Blog.


Dicas para blogs


Por ultimo, o que vocês, leitores desejam saber. Inserir Emoticons nos comentários. Esse foi realmente difícil de achar porque existe muitos sites que ensinam a pôr os códigos, que eles dão sempre incorretos. Aviso para quem for inventar de fazer isso no seu Blog, que procure salvar o modelo completo de seu Templante, assim se você errar é fazer o upload, e refazer tudo. Consegui essa explicação no fórum “Acemprol”.


Fórum Acemprol


Espero que algum desses links seja útil pra vocês como foi pra mim. Aproveitem e comentem o que acharam desses sites.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Lia Fail

Sumário: Em meio a floresta, numa noite em que mortos eram celebrados, a existência de um povo chegou ao fim, numa guerra sem qualquer honra ou glória. Sedenta por sangue, uma jovem se ergue dos mortos em busca da vingança de seu povo.

lua 2

Lia Fail

Noite de Samhain... Devido ao véu entre os mundos estar bem mais fino, esta noite deveria ser considerada uma boa noite para divinações. Festejos deveriam ser feitos em lembrança aos ancestrais e em afirmação da continuação da vida. Seria tempo de ajustar problemas e jogar velhas idéias e influências fora. Todavia, o destino conspirava contra os festejos daquele grupo reunidos na enorme clareira. O fogo da enorme fogueira deveria aquecer seus corações...

O vento soprava fortemente. Os galhos das árvores tão pobres de folhagem vergavam como que mostrando ser mais fraco que sua fúria. O riacho parecia chorar lagrimas de sangue ao ver que nem o vento se compadecia com a tragédia que havia acontecido há pouco tempo. Um clã inteiro havia morrido. Não apenas um clã. Muitos outros vieram exclusivamente para a Noite dos Ancestrais. O sangue daquelas pessoas não só manchavam a terra que outrora fora apenas branco, como o rio também. Mulheres, idosos, guerreiros, e criança, não importava o que eram, apenas seus corpos se juntavam numa pilha para que os animais carniceiros pudessem se alimentar de seus restos mortais.

“Por que existem pessoas assim no mundo? Por que os deuses não olham por nós, fiéis servos? Dai, Deusa Mãe, a um de seus filhos o poder para vingar o nosso povo. Mandai o carnífice para um mundo onde encontrará tormento sem descanso. Escolhei o anjo vingador para que seus filhos possam se juntar aos seus ancestrais em paz.”

- Minha criança, por que não aceitas entregar-se aos braços de Morrigan? Não mais sentires dor.

- Sou a última do Clã Rylie. Não descansarei até que consiga erguer uma espada e matar todos daquela corja, sem deixar um sequer respirando. Violaram as mulheres, levaram as crianças para serem escravas, e mataram nossos guerreiros que queriam apenas homenagear seus ancestrais.

- Minha querida, não há mais vida em seu corpo. Como fará para aniquilar seus inimigos? – o olhar da menina parecia tão desolado que a mulher se comoveu pegando uma pedra pendente por um cordão feito de finíssimos cipós entrelaçados, entregando-a a garota – Os mortais que atacaram seu povo são como animais gananciosos. Matam mais do que precisam para aplacar sua fome.

A garota sentiu seu corpo queimar como se estivesse na fogueira. A dor parecia três vezes maior que sentir a espada daquele ser repugnante cravar-se em suas entranhas.

“Aquela mulher maldita... ela estava torturando-a mais que um demônio Fomori na busca de mais uma presa.”

- Isto que está sentindo é a vida fluindo em seu corpo. O amuleto que te dei é Lia Fail, A Pedra do Destino. Depositei nela toda minha vitalidade. Não só sua vida foi restaurada, como adquiriu a força que desejava para punir seus agressores. Este mundo não precisa mais de Danu.

Como um passe de mágica, a Deusa Mãe sumiu, como se tivesse sido tragada pela terra, deixando a garota no chão, ainda sentindo muitas dores pelo corpo. Mesmo assim, a garota arrastou-se até a espada caída. Conhecia aquela espada, pertencera a seu pai. Ele lutou bravamente para impedir que sua mãe fosse violentada. Aqueles homens... eles fizeram seu pai assistir tudo aquilo até que não mais se satisfaziam com ela, e então matou primeiro sua mãe, e depois seu pai. Erguendo-se, a garota não tinha forças para bradar com a espada. Então se ajoelhou suportando seu corpo com o punho da espada que estava fincada no chão.

- Juro nesta noite de Samhain, que meu povo será vingado.

Continua...

Um pouco sobre Mitologia Celta:

Noite de Samhain- hoje conhecida como noite Halloween. Era o final do ano celta. O ano novo começava realmente com o pôr do sol do dia 31 de outubro. O ritual era conhecido como A Noite dos Ancestrais ou Festa dos Mortos.

Lia Fail ou Pedra de Fal era a Pedra do destino.

Fomori demônios que viviam na impenetrável escuridão das profundezas do mar e em lagos e poços negros.

Notas da autora: Gostaria de agradecer a Leo no Nina por me ajudar e me incentivar. Embora eu tenha começado a escrever essa historia original hoje, não estava com inspiração para escrever a sinopse. Então todos os créditos da sinopse são dela. Valeu cunhada

Obrigada a todos por lerem.

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