sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lia Fail- Capitulo II

“Quantas luas se passaram desde a ultima vez em que estive aqui?” a jovem de longos cabelos ruivos caminhava entre as arvores agora em menor quantidade que há sete anos atrás. O rio agora não tinha mais aquela cor avermelhada, e o solo voltava a ter aquela tonalidade branca da mais pura neve. Nunca tinha conseguido entender perfeitamente o que havia acontecido naquela noite. Nunca havia acontecido nada daquele tipo. Em um momento estavam todos sorrindo, noutro estavam gritando e chorando. Lembrava-se claramente de ter reunido forças e tentado oferecer um funeral digno aos mais bravos guerreiros celtas. Munia-os com suas armas, depois decepava suas cabeças com a espada que fora de seu pai, e por ultimo esmagava suas cabeças. Pelo menos assim, os melhores guerreiros conseguiria ter sua alma livre para seguir para outro corpo, e assim perpetuar a crença da alma imortal. Infelizmente, não conseguiu terminar o ritual. Percebendo que seu corpo frágil de criança não suportaria tanto desgaste físico, montou uma pilha com os corpos de todos e alteou fogo. O mau cheiro de carne humana sendo queimada adentrava em suas narinas e se alojava em seus pulmões. Para ela, aquilo mais parecia revigorar suas forças com a alma de seus entes queridos juntando suas almas com a dela. A tristeza de perdê-los foi substituída pelo ódio e um forte desejo de vingança. Depois dessa fatídica noite, pôs-se a treinar com muito afinco. Tinha que se vingar dos monstros repensáveis por tudo aquilo, e tentar encontrar algum sobrevivente. Isso se ainda restava algum sobrevivente.

- Vejo que conseguiste alcançar o que tanto almejava.

- Quem é você? - perguntou a jovem guerreira se armando com a espada pronta para atacar aquele que poderia ser um de seus inimigos que sorria da desgraça de seu povo extinto.

- Alguém que esteve observando seu desenvolvimento a distancia. – respondeu o recém-chegado calmamente.

- Isso não é possível. Estive sempre atenta, montei inúmeras armadilhas nas proximidades do vilarejo Rylie. Ninguém poderia chegar tão próximo sem que eu soubesse.

- Eu a observei a uma grande distancia, guerreira do clã Rylie. As estrelas me contavam sobre o fortalecimento de sua alma e de seu corpo.

- Um Druida!! – exclamou entre a felicidade de encontrar um sobrevivente e a desconfiança de que aquilo fosse impossível – Mas como é possível? Todos estavam reunidos para a Noite de Samhain.

- Eu avisei o que aconteceria se persistissem em prosseguir com o festejo. Por ser o mais novo dentre os Druidas, não me deram ouvidos e agora, nada há o que fazer para voltar atrás. Todos estão mortos.

- Tire o capuz, e deixe-me ver seu rosto. – a jovem Rylie aproxima-se tirando o capuz afastando-se ao ver que seu rosto – Você deveria ser apenas uma criança quando tudo aconteceu.

- Sim. Todavia minhas adivinhações sempre foram precisas. Hoje venho mais uma vez alertar sobre os perigos que corre, jovem guerreira. Será encontrada pelo que procura, e quando isso acontecer, perderá aquilo que lhe dá forças para lutar.

- E o que isso quer dizer?

- Não sei com exatidão. As estrelas me revelaram apenas isso.

- E essa revelação não é forte suficiente para demover-me da idéia de enfrentar meus inimigos e vingar meu povo.

- Você não pode continuar com essa idéia. Tudo o que encontrará é tristeza e desgraça.

- Eu já encontrei ambos há algum tempo atrás. Não é esta pedra que me dá forças, Druida. Mesmo que eu a perca, continuarei de pé, empunhando minha espada contra os inimigos. Volte para sua contemplação dos astros, enquanto faço aquilo que minha segunda vida foi concedida apenas para realizar: matar todos os inimigos e vingar meu povo.

A jovem Rylie afastou-se, levando consigo uma bolsa feita de couro de animais que continham alimentos para uma parte de sua jornada, sua espada, uma faca, um arco e uma aljava cheia de flechas. Deixava para trás um jovem druida com seus pensamentos.

- Ela é uma guerreira orgulhosa, Deusa-Mãe. Contudo, acredito que o poder que lhe foi dado é um fardo muito pesado para alguém tão jovem... Assim como o meu.

O Druida voltou-se para o antigo lugar de observação dos druidas. Era um grande circulo de pedras grandes erguidas para o alto, e bem no meio havia uma espécie de altar feito de pedra com alguns resquícios de sangue dos antigos sacrifícios. “Será que devo sacrificar um animal para tentar ver com mais clareza o que espera a jovem Rylie? Ou deveria também sacrificar um animal não só para saber o que o destino nos reserva, como também pedir proteção para os dias vindouros?” nenhuma resposta foi-lhe dada. Seus pensamentos tentavam ultrapassar as linhas do véu fino da noite de Samhain. E continuava sem resposta. Então decidiu ficar ali por longas horas apenas observando o céu estrelado. Sabia que isso poderia durar muitas e muitas luas até que conseguisse uma resposta. Entretanto, aquela noite parecia que tinha sido abençoada pelos deuses. Estava muito claro o que devia fazer. Agora entendia o motivo de tão incomum tarefa a qual foi dada a ele quando ainda era muito jovem. Pegou o cavalo que servia para sua montaria, e o outro que tinha reservado a algumas noites anterior. A única questão agora era saber se a jovem estaria disposta a receber sua companhia. Não importa. Deveria ir atrás dela, e tentar convencê-la a esquecer aquilo que movia sua alma e seu corpo. Pôs-se a cavalgar no máximo que os animais agüentavam.

“Ouço o trote de cavalos. Seja quem for, arrependerá de cruzar meu caminho”. Escondeu-se atrás de uma arvore, escutando atentamente que o trote do animal agora diminuía seu ritmo ao adentrar na floresta fechada. Muniu-se com o arco e a flecha, deixando-a armada. A tensão era grande, mas teria que esperar o momento certo para agir. Estava bem próximo agora. Saiu do seu esconderijo com a arma em punho, pronta pra disparar:

- Espere, Rylie. – mesmo com a parca iluminação vindo da noite estrelada, o Druida reconheceu logo se tratar da jovem com quem estivera a algumas horas atrás.

- Não tem noção do perigo que corre seguindo-me assim? Por pouco estaria estendido no chão sem vida. O que veio fazer aqui?

- Os astros me revelaram minha missão. Devo estar sempre ao seu lado e...

- A guerra não é lugar para um Druida, rapaz. Você pode ter um dom apurado, mas isso não vale nada em um combate.

- Somos os únicos sobreviventes do massacre de nosso povo, jovem guerreira. Devemos trilhar o caminho da busca de mais sobreviventes.

- As estrelas lhe falaram isso?

- Não exatamente desse jeito, mas...

- De qual clã você é?

- Eu... – o druida viu que ela estava com um olhar impaciente – Eu não sei.

- Como não sabe. Todos de nosso povo sabem qual clã pertence. A não ser que você seja um inimigo infiltrado. Sim, esse seria o motivo de tantas mortes. Peça a clemência aos seus deuses, pois não adiantará pedir a mim.

Ela sacava a espada e estava pronta para desferir-lhe o golpe, então ele gritou:

- Minha aldeia foi invadida por intrusos que saquearam e mataram todos. Eu recebi um golpe na cabeça, e fui deixado para trás porque acreditavam que estivesse morto. Na mesma noite meus olhos enxergaram um vulto de uma mulher empunhando uma espada contra mim. Pouco depois fui encontrado pelos druidas que cuidaram de meus ferimentos, e me aceitaram como mais novo membro.

- E eles sabiam dessa suposta “visão”?

- Sei que lhe parece inacreditável, mas eu não contei nada. Eles disseram que eu tinha sido poupado pela Deusa-Mãe para realizar uma missão. Assim como aconteceu com você, a detentora de Lia Fail.

- Somente os druidas e os deuses têm conhecimento da pedra de Fal. Acreditarei em você quanto a não ser um inimigo infiltrado em nosso povo. Mas não fique contente ainda. Nada sei sobre você. Pode ser um traidor do nosso povo. Até que eu tenha certeza de sua índole, deverá ficar ao meu lado.

“Grande Deus-Mãe, espero poder cumprir minha parte no destino dessa jovem guerreira celta. Espero também conseguir trazer um pouco de paz para seu coração tão sofrido.”

- Druida, iremos acampar aqui. Já que trouxe duas montarias consigo, não há motivos para apressar o passo noite adentro.

- Muito sábio de sua parte. A propósito, me chamo Vaughan.

- Não perguntei seu nome, Druida.

- Não é aconselhável que me chame sempre por minha colocação, Rylie. Os inimigos mostraram que desejam aniquilar nosso povo.

- Por acaso os astros lhe revelaram isso? Não importa. Na verdade você tem toda a razão. – ela percebeu o leve sorriso de alivio – Pequeno guerreiro. Um nome meio incomum para um druida não?

- Não me lembrava do meu nome nem o da minha família, e como fui o único sobrevivente da matança do meu povoado, os druidas quem me acolheram puseram este nome em mim. Como pode ver, não tenho nada a esconder.

- Ainda é muito cedo para tomar minhas próprias conclusões quanto a você, Druida.

Continua...

Excursão pelo conteúdo...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro -5º Desabafo

O primeiro assassinato da semana não queria dizer que se tratasse do trabalho da mesma assassina. Mas logo no dia seguinte, mais três assassinatos em um único dia fizeram Kamus abrir os olhos para a questão. O interessante nisso tudo é que os assassinatos foram em localidades próxima.

Kamus foi até a biblioteca onde havia um computador que Saori mandou colocar para melhorar o sistema de organização do santuário. Pesquisou pela Internet, encontrando as fotos que não foram divulgadas no noticiário. A vítima da segunda-feira era um homem que fazia qualquer coisa para ter seus narcóticos. Ele morreu com a garganta cortada e a língua arrancada como se isso fosse um aviso para aqueles que tendem a falar mais do que devia. Os outros três assassinatos começaram na hora do almoço de quarta-feira quando um administrador da fundação GRAAD estava em companhia de um grande empresário no mais caro restaurante de Atenas. Ele morreu com um tiro na cabeça, vindo de um rifle militar a muitos metros de distancia. Algumas fontes dizem que ele passava informações sobre a empresa de Saori Kido a qualquer pessoa que pagasse mais. No final da tarde havia sido a vez do policial que de acordo com alguns maus-elementos diziam que ele era corrupto, e agia sobre comando de um chefão do submundo. Sua morte era estranha porque no relatório dizia que ele havia sido afogado na banheira após ter lutado contra outra pessoa. O ultimo caso da quarta-feira foi à noite, foi um médico que teve sua licença caçada por irregularidades no hospital que administrava, foi assassinado em um tiroteio em um galpão no cais de Atenas. Ele trazia consigo uma maleta própria para transportar órgãos, e dentro havia rins humanos. Não havia dúvida que se tratava de tráfico de órgãos. A questão é que morreram três pessoas fortemente armadas com tiros certeiros. Um no peito, na altura do coração e outro na cabeça. Coisa de assassino profissional, que não deixa testemunhas. Quando Kamus ia desligar o computador, surgiu algo que chamou sua atenção para a tela de LCD. Mais uma vitima. E essa não era uma vitima qualquer. Agora mesmo que suas suspeitas estavam confirmadas. Tinha que dar um jeito de sair do santuário naquela noite mesmo. Só teria folga no dia seguinte, todavia não podia esperar mais. Desligando o computador, Kamus saiu do santuário sem que fosse percebido.


Sábado de tarde

No meio da multidão, alguém segura o braço da mulher ruiva de olhos verdes, conduzindo-a para um beco próximo. Imediatamente ela o reconhece como o homem por quem por pouco havia feito perder a cabeça. Ela o segue sem oferecer resistência, como se já estivesse cansada de lutar.

- Não vou permitir que vá atrás de sua próxima vítima, não vai machucar mais ninguém.

- E o que faria para me impedir, se realmente eu tivesse essa intenção?

Sua voz tinha um tom de desafio aberto, em resposta à atitude arrogante do cavaleiro, mas também de cansaço.

Ele colocou as duas mãos na parede atrás dela, deixando-a sem saída.

-Eu deveria levá-la às autoridades e fazê-la responder pelos seus crimes, mas... – ele abaixou a cabeça por um momento deixando que o cabelo longo, lhe cobrisse parcialmente o rosto – Olhando você agora, por Athena, você é apenas uma menina, deveria estar sonhando com um futuro, não matando pessoas!

- Nem todos têm direito a isso.

A assassina agora tentava a todo custo esconder as lágrimas que escorriam de seus olhos, lágrimas que teimavam em cair mesmo contra sua vontade. Seu corpo estava tremulo. Seria outro tipo de jogada para se safar? Não, pensou Kamus. Daria-lhe o beneficio da dúvida. Puxou-a para um forte abraço, fazendo ela aninhar-se novamente em seu peito. Esse gesto permitiu que ela encostasse mais a cabeça em seu peito, tentando acreditar que ele realmente poderia protegê-la de tudo. Com voz mais calma, Kamus anunciou:

- Vamos atravessar a rua e ir para aquele café ali.

A jovem se afastou vagarosamente e disse:

- Não. Apenas me acompanhe a uma certa distancia.

- Não vai tentar fugir, vai?? – Kamus perguntou olhando profundamente naqueles olhos vermelhos pelo choro vendo que a resposta lhe satisfazia – Então ajeite a lente de contato e vamos indo.

Sem jeito, a jovem retirou um espelho em sua bolsinha e olhou através dele para verificar qual das lentes havia saído, recolocando-a no lugar. Amaldiçoou-se por ter sido a primeira vez que isso acontecia. Logo, os dois já estavam caminhando pelas ruas movimentadas em direção aos arranha-céus da parte mais luxuosa de Atenas. Não demorou muito até que chegasse em um luxuoso prédio:

- Boa noite, senhorita Bryce.

- Boa noite, All. Alguma correspondência?

- Apenas convites, senhorita. – o homem de uma certa idade entregou alguns envelopes, e depois fitou a pessoa ao lado dela – Este senhor está com a senhorita?

- Sim, sim. É o meu contador. – como sabia que o homem estranhara o fato de só agora trazer uma pessoa a seu apartamento, continuou prontamente – Sabe o quanto sou ocupada com minhas viagens constantes, e nem tenho tempo para dedicar as outras coisas importantes. Como devo ficar até amanhã ou depois, achei melhor resolver logo esta questão.

- Entendo senhorita. Só acho que deveria aproveitar mais a vida. É tão jovem para se prender a tantos compromissos desgastantes.

- Um dia eu chego lá, All. Tenho que ir agora. Há muito trabalho a se fazer, e quero dormir cedo.

Ao chegar no elevador, Kamus olhou para ela enquanto apertava o botão da cobertura, e fez um comentário zombeteiro.

- Senhorita Bryce. Não combina com você.

- E Loren? – recebeu um gesto negativo de Kamus. – Também acho isso. Chegamos. Espere aqui.

- Tenho cara de idiota por acaso? É só eu dar as costas e você fugirá novamente.

- Se eu quisesse fugir, não o traria para minha casa. E a propósito, por acaso preciso verificar o lugar. – respondeu com cinismo.

Ela olha cuidadosamente para todos os cantos da porta, vendo que não havia nenhum sinal de violação. Então, com a faca empunho, entrou sorrateiramente dando a certeza a Kamus que poderia ter sacado a arma no momento em que a consolava no beco. Pouco tempo depois, ela retorna convidando-o para entrar. Seus olhos agora tinham uma tonalidade escura, o que provava que havia tido tempo suficiente para retirar as lentes de contato. Kamus observou a sua volta procurando algo na mobília luxuosa que se identificasse com ela. Tudo parecia muito impessoal.

- Seu apartamento é muito bonito. Só é uma pena que o chão ser tão empoeirado. Nunca pensou em usar um aspirador de pó?

- E estragar a única coisa que me permite saber se tive algum intruso? Não, obrigada.

- Você poderia instalar câmeras de segurança e chegar pela Internet.

- Não deixo brechas para que descubram sobre minhas atividades. Café ou algo mais forte?

- Você precisa de uma bebida mais forte. Eu sirvo. – Kamus despejou o conteúdo de uma garrafa de Whisky em dois copos entregando um a ela que havia sentado no sofá, e sentou-se ao seu lado observando a pressa que ela sorvia a bebida – Devagar, garota, isso é forte.

Ela depositou o copo vazio sobre a mesa e o encarou com olhos desafiadores. Como era fácil para Kamus se perder naqueles olhos expressivos...

- Karen...

- Sasha.

- Como?

- Meu nome é Sasha... Ou é assim que acho que me chamo de verdade. – Kamus se mostrou confuso e ela suspirou explicando – Tenho tantos nomes quanto tenho apartamentos. Chega um momento que nem dá pra lembrar qual dessas vidas é a verdadeira.

- Com o dinheiro que deve ganhar... – ela deferiu uma bofetada certeira, e Kamus passou a mão na área afetada sem acreditar que ela havia mesmo feito aquilo – Não machucou, mas foi desagradável.

- E acha que me julgar como uma assassina que faz isso só pelo motivo fútil de ter muito dinheiro não é desagradável também?

- E o que você acha que eu deveria achar disso? – fez um amplo gesto indicando as mobílias, e ela respondeu baixo desviando o olhar.

- Você não entenderia.

Aquele olhar triste voltou a tomar conta do rosto de Sasha, e Kamus achou melhor não insistir no assunto. Por enquanto...

- Suponho que em todos os outros apartamentos você tenha os mesmos cuidados para entrar. – parou apenas para escutar um “É” como resposta, e logo continuou irritado – Acha que isto é vida para uma garota da sua idade?

- E você, que protege aquela mulher? Acho que me enganei em pensar que era inteligente o suficiente para poder julgar quem está a sua volta.

Estava cansado de procurar por ela a noite inteira. Tentar explicar a Sasha o que Saori Kido representava para ele e para a humanidade parecia ser algo difícil de se conseguir, afinal, ela já tinha julgado a deusa como o pior de todos os seres vivos. Vencido pela exaustão, soltou um longo suspiro e por fim pergunta:

- Afinal de contas, o que pretende me trazendo aqui?

Sentindo-se cansada de mostrar algo que realmente estava longe de sentir, respondeu após um longo suspiro:

- Não sei. Talvez apenas desabafar um pouco.

- Sobre o dono da boate?

- Também.

Sasha abaixou a cabeça, retirando a peruca. Kamus segurou seu queixo exigindo que ela olhasse em seus olhos. Ele pôde ver as lágrimas escorrendo de seus olhos vermelhos devido à irritação. Uma assassina sem coração jamais choraria assim depois de ter feito sua vítima. Secou as lágrimas com as pontas dos dedos, e em seguida beijou-a de forma fraternal. Deu vários outros do mesmo tipo por todo seu rosto, que a fez sorrir:

- Kamus... – sua voz sussurrava seu nome de forma tão delicada, que Kamus não teve como não a imaginar como seria se estivessem na cama, logo depois se arrependia desse pensamento leviano – Não sei o que faria se você não tivesse me encontrado.

- Estou aqui para tentar te ajudar. Infelizmente sinto-me com as mãos atadas, sem saber no que você se meteu. Para piorar tudo, tem horas que a vejo como uma assassina fria e calculista. Noutras, a vejo como uma menina amedrontada. Mas no fundo sinto que há algo que a faz agir assim.




Continua...

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