segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Assassina e o Cavaleiro -3º Confrontos

Ao descer com uma bolsa a tiracolo pode observar que o porteiro assistia o noticiário da manhã que falava da tentativa de assassinato sofrida pela milionária japonesa Saori Kido, num jantar beneficente onde esta tentava angariar fundos para mais uma suposta campanha humanitária, ao mesmo tempo em que a imagem mostrava Saori entrando no seu carro, enquanto seus dois guardiões, mantinham os jornalistas afastados. Os repórteres especulavam que houve outra tentativa durante a madrugada, porém, não tinham fontes oficias sobre o assunto.

- Desse jeito, eu acho que vou ter mesmo que acabar com você!

O porteiro que também prestava atenção no noticiário se virou na direção dela com uma cara de quem havia sido pego infligido os regulamentos do prédio no horário de trabalho:

- Disse alguma coisa, senhorita?

- Não nada, estava apenas pensando alto.

Assim que chegou em um dos esconderijos onde guardava todo tipo de material que poderia precisar em uma missão, foi logo pegando seu Notebook e invadindo a rede do Hotel Plaza. Como previra, o quarto estava reservado até a hora do almoço, e já teria outro responsável no final da tarde. Transferiu o nome do homem que ficaria ali para outro quarto, e reservou o quarto que desejava ocupar para o nome falso que criara na noite anterior. Rapidamente pôs um disfarce, bateu uma foto de si própria com a maquina digital imprimindo a foto logo a seguir. Colou no documento e fez os últimos acabamentos.

Tempos depois

Uma moça aparentando seus 18 anos aproximadamente, cabelos claros de um ruivo bem desbotado, e ligeiramente ondulados atravessou o saguão do luxuoso hotel. Chegando no balcão de recepção pedindo com gentileza:

- Fiz uma reserva a dois dias.

- Pois não, senhorita. Em nome de quem está a reserva?

- Westgate. Karen Westgate.

- Identidade por favor, Senhorita Westgate. – Ela entrega a o documento e depois observava a sua volta displicentemente com seus olhos verde-cinzento enquanto esperava a confirmação da reserva, o que não tardou muito – Quarto Nº 417. Este rapaz a acompanhará. Deseja que envie um chá para seu quarto?

- Não será preciso. Há a possibilidade de não passar muito tempo aqui. Negócios, naturalmente. Pagarei adiantado, em dinheiro.

Entregou a quantia equivalente a diária do hotel, e foi até o tal quarto. Ao chegar, foi logo trancando a porta, e procurando por todos os cantos do quarto. Nem os lençóis estavam livres da revista. Nada de achar o que procurava. O bip de seu Pager tocou, assustando-a momentaneamente:

- Droga!! – imprecava contra o aparelho após uma rápida checada – Só me faltava essa!

Saiu do quarto às pressas, passando pelo saguão, respondendo polidamente que teria que partir com urgência por motivo de trabalho. Ela deu sorriso amargo, e partiu imediatamente.

No santuário


Por decisão de Saori, e pelo voto unânime dos cavaleiros de ouro Saga ficou como chefe da segurança de Saori em seus eventos sociais. Isso foi necessário ser estabelecido por causa das duas tentativas de assassinato que a jovem sofrera. Como Kamus já havia estado nas ocasiões que aconteceram na noite anterior, e Aioria esteve em uma missão fora do santuário, Saga achou melhor liberar os dois de suas obrigações por aquela noite de sábado. E instituiu também o sábado como folga de ambos. O único que não podia se dar ao luxo de descansar depois de tudo o que aconteceu era Saga que se tornou essencial naquela função. Quanto a Kamus, terminou seu relatório, e aproveitou para passar o restante do dia a procura de um bom retratista, onde pediu detalhadamente um retrato falado de uma mulher, sem que Saga ou os demais soubessem disso. Pensando mentalmente “Com isto vai ser mais fácil te encontrar, e ai você vai se arrepender, garota, de ter cruzado o caminho de Kamus de Aquário.”

Em outro lugar


- Estranho que entre pela porta da frente de meu escritório, garota. E ainda por cima com este disfarce.

- Não queria que alguém me visse entrando pela janela em plena luz do dia, queria?

A jovem que havia adentrado o recinto respondeu com voz de pouco caso, e o homem resolveu deixar de lado essa falta de respeito:

- Fui informado que fez duas tentativas na mesma noite e não obteve êxito.

- Foi. – jovem disse com secura, sentando-se na cadeira com ar relaxado aceitando o drink e o papel que fora oferecido pelo chefe.

- É tudo o que tem a dizer?

- E o que mais poderia dizer?

- Vejo que está abusando de sua língua ferina. Não se esqueça do que represento, menina. – Ela apenas abaixou a cabeça em uma demonstração de submissão, e ele continuou – Sua demora em realizar suas tarefas e sua imprudência fizeram acumular mais cinco missões. Alguma pergunta?

- Tenho que seguir rigorosamente esta lista?

- Exatamente.

- Por que não há fichas desta vez e por que o ultimo deve ser executado só na próxima sexta-feira?

- Desconfiada como sempre, não? Esses são peixes pequenos, no entanto são como espinha atravessada na garganta. O perigo que eles representam a minha organização é muito grande. O ultimo deles estou tentando dar-lhe a ultima chance de se redimir. Veja o lado bom, é provável que nem precise matá-lo.

A jovem não demonstrou nenhum ar de felicidade. Limpou suas digitais do copo, e levantou-se se detendo ao pegar na maçaneta com o lenço para não deixar suas digitais. Sem olhar para trás perguntou:

- Alguma vez tive que executar alguém que não merecia morrer?

- Claro que não. Você sabe muito bem disso. – o homem observou ela sair fechando a porta atrás de si.


Atenas como qualquer grande capital da Europa funcionava durante todas as vinte e quatro horas do dia. Durante o dia suas ruas eram tomadas por turistas interessados em sua história e cultura. E a noite gente de todo tipo, turistas ou nativos, homens ou mulheres de todas as idades, saíam a caça, a procura de todo tipo de diversão. A Atenas de bares, danceterias, boates, com atrações para todos os gosto e bolsos. E foi nessa Atenas, numa de suas mais badaladas casas noturnas, que uma jovem chamou a atenção de todos ao entrar. Os cabelos muito escuros caindo em fios retos e desfiados sobre os olhos escuros e misteriosos e contrastando com a pele pálida típica daqueles nascidos nas estepes russas de longos invernos. Seu corpo delicado estava envolvido perfeitamente pelo tecido vermelho de um vestido que se ajustava perfeitamente do busto bem feito até a cintura fina de onde partia uma saia solta e ampla, que acompanhava com perfeição os movimentos quase felinos dela. Sensualidade essa que não passou desapercebida a um homem em especial.

Ela atravessou a pista de dança, onde casais ou não dançavam de maneira frenética, arrancando olhares de inveja e de cobiça de homens e mulheres.
Pediu uma bebida ao barman, e se sentou próxima ao balcão.
Não demorou muito para que um homem de mais ou menos seus vinte e cinco trinta anos se aproximasse.

- Uma moça tão linda não deveria estar sozinha numa noite como essa.

Ele tinha modos exagerados e falava gesticulando com os braços bem ao modo do povo do Mediterrâneo.

- E o que essa noite teria de diferente de todas as outras?

Ela não tinha o menor interesse em parecer simpática.

- Essa noite você está aqui, srta....

- Depende para quem eu devo dizer o meu nome?

- Nikolas, seu criado e admirador mais ardoroso! – disse ele fazendo uma pomposa reverência.

Algumas mesas de distância de onde a bela assassina estava, um olhar ora frio e cortante como o aço, ora ardente como ferro em brasa, a olhava intensamente.

- Se está interessado, devia ir até lá, bonita como é, não ficará sozinha muito tempo. Aposto que ela troca esse charme francês, pelo palhaço ali.

- O que está fazendo aqui Aioria?

- Não é o único que está de folga por aqui.

- E Marin sabe que você freqüenta esse tipo de lugar quando vem para Atenas sozinho?

O rapaz de cabelos e pele dourada, sorriu um pouco constrangido diante da pergunta.

- Se ela sonhar que eu estou aqui, vocês podem começar a procurar um novo cavaleiro de leão.

- Então por que vem?

- Gosto de dançar, gosto da música, não estou aqui atrás de nenhum rabo-de-saia. Mas você por aqui, é novidade!

- Não sabia que estava tão inteirado da minha vida social!

- Não seja cínico!

- Você provocou.

“Nikolas , se não estava enganada, esse era o nome de um dos mais ricos empresários da noite grega, com boates, e casas noturnas espalhadas por todas a cidades e ilhas gregas, mas também era conhecido por estar envolvido no tráfico internacional de mulheres.”

- Me diga uma coisa, estaria aqui se eu não fosse bonita?

A pergunta que colocaria qualquer homem numa tremenda saia justa, não pareceu mexer com aquele homem tão excêntrico.

- Todas as mulheres são belas, aos olhos da pessoa certa.

Ela sorriu, como há muito não fazia, de maneira espontânea, mas seu rosto se fechou de repente quando não muito longe dali ela viu um jovem de cabelos claros e com a pele queimada típica da região, e ao seu lado um outro cujo rosto não saía de sua mente bem como o gosto de sua boca.

Seus olhos se encontraram como duas espadas se encontrando em meio a um combate de vida ou morte lançando faíscas a cada choque.

- Gostaria de dançar, senhorita?

A pergunta repentina a tirou do transe em que estava e meio sem saber o que dizia acabou aceitando o convite.

- Está vendo não foi tão ruim!

Sob o som quase ensurdecedor da música eletrônica, Nikolas praticamente gritava para ser ouvido pela jovem que dançava ao seu lado, agitando os braços e a cabeça e movimentando os quadris sensualmente sob a batida da música.

_ Acho que estou ficando tonta.

- Pode até ser, mas pelo menos você está se divertindo.

Dessa vez ele estava errado, a figura de Kamus a observá-la havia lhe deixado mais tensa do que podia imaginar, só de pensar que ele acompanhava cada movimento seu ela sentia arrepios.

- Nikolas! – era um dos seguranças da casa que agora interrompia seus pensamentos. – Temos um problema.

A palavra problema tornou sério o rosto alegre do empresário e ele saiu da pista se desculpando.

- Desculpe senhorita, mas os negócios me chamam, tenha uma boa noite, mesmo que seja sem mim.

Por algum motivo, não conseguiu acreditar que um homem tão gentil como ele pudesse mesmo estar envolvido com os crimes pelos quais era acusado, todo aquele submundo de crime e prostituição parecia algo distante demais de alguém como ele que de forma inesperada havia lhe dado os poucos momentos de alegria que havia tido naquela noite.

Ela já se preparava para deixar pista de dança, quando sentiu uma mão segurá-la firmemente pela cintura.

- Já vai tão cedo?

Sentiu que o corpo dele se encaixava no seu.

Ela tentou se livrar e se virou de frente para ele. Seus olhos se encontraram, só que dessa vez havia fogo neles. Ele se aproximou mais e disse umas palavras no ouvido dela.

- Até quando pretende me seguir?

Ela hesitou um momento, pois oscilando sobre o peito parcialmente aberto da camisa, estava lá, quase que uma provocação brilhando, seu tesouro tão perto e cada vez mais distante.

- Sabe muito bem que só estou aqui por que você queria que eu o encontrasse.

Ela não podia revelar o interesse que tinha naquele objeto ou isso se tornaria uma arma nas mãos dele.

Uma música mais lenta e sensual tocava agora, fazendo com que apenas alguns casais, que não sabiam ao certo se continuavam na pista ou iam para um motel, continuassem na pista. Uma trilha perfeita para que o mais sensual dos combates tivesse início ali.



Continua...

0 comentários:

:)) ;)) ;;) :D ;) :p :(( :) :( :X =(( :-o :-/ :-* :| 8-} :)] ~x( :-t b-( :-L x( =))

Postar um comentário