quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A Assassina e o Cavaleiro- 7º Causa e consequência – parte I

Deixando de lado suas convicções, sua posição, tudo, ele a segurou firmemente pela cintura, colando seu corpo ao dela e beijando com sofreguidão até que ambos soltassem um gemido desesperado. Erguendo-a do chão, sentiu que ela enlaçava sua cintura com suas longas pernas sem interromper o beijo. Kamus carregou-a em direção ao quarto, deitando-a em cima da cama de casal colocando seu corpo contra o dela. Afastando-se um pouco, Kamus tentava tirar a camisa justa dela. Estava tão difícil concentrar-se que sem paciência rasgou a blusa, fitando aqueles olhos que transbordavam desejo:

- Que tipo de demônio é você, para me dominar dessa maneira e me fazer esquecer quem sou?! – sussurrou Kamus ao pé do ouvido dela, enquanto sentia as mãos pequenas descendo perigosamente pelo cós da calça que ele usava.

Já tinha começado a tirar a camisa quando um ruído se fez presente naquele ambiente em que há pouco segundos só se ouviam os gemidos de ambos. O ruído foi se tornando um barulho insistente. Sasha acordou de seu devaneio e tentava alcançar o objeto que havia posto encima do criado-mudo assim que checou o apartamento. Kamus segurou sua mão:

- Deixe tocar. – dizia com a voz rouca de paixão.

- Nem preciso ver pra saber do que se trata.

Sasha disse empurrando o corpo dele para que pudesse sair dali. Sentou-se na beirada da cama com a cabeça escorada pelas mãos. Parecia querer atrair um pouco de juízo em seus pensamentos. Levantou-se em um salto, indo para o armário onde retirou algumas roupas. Terminou de despir-se sob o olhar atento de Kamus, e trocando de roupa falando sem um pingo de emoção:

- Assim que se recompor parta daqui e esqueça este lugar. De preferência esqueça o que aconteceu hoje. É para seu próprio bem. E não se preocupe com a porta, ela se fecha ao encostar.

- Irei com você. Quero saber quem está por trás destes assassinatos.

- Quer criar mais problemas ainda pra mim? Será que já não basta pra você ter visto meu rosto e saber a localização de um dos meus apartamentos? O que você quer mais, hein? – Sasha estava muito nervosa. Quando viu que havia sido muito rude, tentou apaziguar – Por favor, não me procura mais. Não posso ser vista com você, nem com ninguém. O tipo de vida que levo só me permite a solidão.

Sasha pegou o Pager, guardando-o em uma pequena bolsa presa ao cinto, junto com seus outros acessórios. Pulou em uma barra que tinha abaixo da clarabóia, dando vários rodopios até conseguir impulso suficiente e saltar pra fora do apartamento.


Tempos depois


Sasha mal tinha acabado de chegar no escritório de sempre, e já foi logo recebida pelo chefe, que mostrava um olhar raivoso, desferindo-lhe uma bofetada com a mão fechada. Não esperava por isso, então foi jogada pra cima do computador com o impacto da recepção do chefe. Suas costas doíam por ter batido na quina do gabinete. Ficou lá, jogada e com um olhar assustado ao ver a aproximação do chefe:

- Depois de todos os avisos que dei, ainda persiste em continuar se oferecendo como uma prostituta. Pensou mesmo que aqueles assassinatos eram aleatórios? Não, eu mandei matar todos aqueles que já significaram alguma coisa para minha organização como um aviso. Um aviso para todos aqueles que pretendem ficar no meu caminho, inclusive você e seu amante.

- Eu os matei a toa? – Sasha sentia que as lágrimas queriam rolar por seu rosto. Estava tão frustrada por saber da verdade, que nem se importava com a constatação de seu chefe saber sobre ela e Kamus embora essa questão também fosse muito perturbadora.

- Eu te treinei para se tornar a melhor assassina de todos os tempos. Sabe o que recebo em troca? Uma garota que não para de correr atrás do que há entre as pernas do homem que interferiu na sua missão. – ele dizia isso apertando o pescoço dela com as duas mãos – Eu devia matá-la agora... Não, seria fácil demais. Você vai ter que fazer mais uns trabalhos para tentar se redimir. Deve matar não só a Saori Kido, como também Julian Solo.

O homem largou o pescoço de Sasha que tentava puxar o ar para os pulmões. Seu corpo todo doía, até mesmo a tentativa desesperada pela busca de oxigenar seu corpo parecia penosa. Aos poucos foi conseguindo controlar a respiração massageando o pescoço dolorido. Quase sem voz ela sussurra:

- Eles não devem ser pessoas malignas como disse dessa tal Saori Kido.

- E se não forem, o que pretende fazer? Acha mesmo que está em condições para escolher quem deve matar ou não? Eu fui muito condescendente em fazê-la acreditar que matava apenas quem merecia morrer. Mas agora chega! Fará o trabalho ou sofrerá as conseqüências. E você sabe sobre o que estou dizendo, não?

Ela fechou os olhos, resignada. Sabia muito bem o que ele queria dizer. Agora teria que matar duas pessoas inocentes mesmo sabendo disso. Pegou a folha de papel que indicava a data e a hora em que deveria realizar o serviço, e saiu pela janela com um olhar cabisbaixo. Chegando no alto de um prédio, deixou seu corpo cair sem forças no chão aos seus pés, e suas lagrimas até agora contidas rolavam soltas por seu rosto delicado. Sentou-se olhando sem vontade para o papel rasgando logo a seguir e gritou com raiva. Seu grito ecoava ao vento demonstrando toda sua frustração.


Uma semana havia se passado desde que Kamus havia saído daquele apartamento. As lembranças ainda estavam nítidas em sua mente. Cada palavra que Sasha havia dito, cada movimento que ela fazia contra seu corpo, até mesmo o olhar triste que ela enviou um pouco antes de deixar o apartamento. Nenhuma noticia dela. Chegou a procurar por cantos que fossem prováveis aparecer, mas nada de uma pista sequer de seu paradeiro. Para maior aflição do cavaleiro de aquário nem mesmo um assassinato havia ocorrido nestes dias. Não que fosse uma noticia boa saber que ela matou pessoas que julgava culpadas, mas sim por isso oferecer a ele uma pequena pista. Ela tinha medo de alguma coisa, isso estava claro. Mas medo de quê, ou quem? Seria tudo mais fácil se Sasha se abrisse com ele.

A reunião em que Kamus deveria ter participado se não fosse por seu afastamento da missão, acabara de chegar ao seu término, pois logo a alguns passos de sua casa descia Máscara da Morte. Um pouco mais atrás vinha Milo, com um sorriso no rosto ao ver quem o aguardava em seu templo. Kamus sabia que não podia perguntar nada sobre a missão do amigo, mas nada impedia de tentar ver se ele soltava pelo menos a data, o local e ou horário em que deveriam proteger Athena. Quando Milo aproximou-se dele, Kamus perguntou:

- E então, Milo, preparado para a nova missão?

- Sinceramente não estou muito animado. Montar guarda pela cidade não faz meu estilo. E pra piorar vou ter que ir junto com Máscara da Morte. Aquele cara pensa que é o fodão sem ser. Você sabe como ele é não é?

- Sim. Ele não faz muita questão de ser agradável. – pensou Kamus. “Saga teve mesmo coragem de chamar Máscara da Morte para pegar Sasha. Acontece que ele não mede esforços pra mostrar o quanto pode ser sádico com seus adversários. E eu tenho certeza que ela irá tentar concluir sua missão. Não posso deixar que Sasha chegue até Athena”.

- KAMUS!

- O que foi, Milo?

- Eu é que pergunto o que está acontecendo com você. Primeiro Saga te tira da missão de cuidar de Saori sem explicar o motivo, depois você parece interessado na minha nova missão, e isso é claro que me dá a entender uma certa desavença com Saga. Ou seja, você saiu da missão sem ter vontade de sair. E agora você fica nas nuvens enquanto eu fico tagarelando pro vento.

- Apenas me diga o dia e o local onde você e Máscara da Morte vão ter que escoltar Athena, Milo.

- Você sabe muito bem que não posso fazer isso. Por mais que nossa amizade seja inabalável, não é permitido revelar assuntos desse tipo a quem quer que seja. – Milo observou que Kamus enrijeceu a face, e teve certeza que algo muito sério estava acontecendo com o amigo – Não sei o que te aflige, Kamus, mas sabe muito bem que pode contar comigo pro que der e vier.

Milo seguiu seu caminho deixando Kamus pensativo, tentando encontrar uma solução para seus problemas. Agora Sasha não era apenas uma assassina pra ele. Era uma mulher lindamente jovem, e perigosamente desesperada. Dava para perceber isso no olhar dela. Kamus passou os dias seguintes à procura de informações que o levassem a reencontrar Sasha antes que ela tentasse cumprir com sua missão.

Em um grande complexo de prédios comercias encontravam-se Saori e Julian em um pequeno palanque. Atrás deles havia uma linda fita vermelha de cetim. O senhor que aparentava seus sessenta anos acabara de terminar seu discurso e entregava a tesoura cerimonial para Saori. A jovem deusa chamou Julian para que pudessem sair na foto cortando juntos a fita de inauguração do novo teatro-escola da cidade de Atenas. Seria o maior teatro de toa à cidade, e formaria novos talentos. O mais interessante nessa idéia dos dois é que crianças carentes teriam todo auxilio para sair das ruas e dedicarem a uma profissão que daria seu sustento no futuro. No momento em que os dois estavam cortando a fita, e que varias luzes dos flashes brilhavam no ambiente, surgiu uma figura toda de preto da cabeça aos pés, lançando shurikens na direção dos dois. Só uma das shurikens atingiu Julian de raspão, pois este havia se virado para sair com o rosto em algumas fotos, e ao ver uma pessoa estranha aproximando-se com pressa teve o impulso de se jogar sobre Saori, pois tinha conhecimento das tentativas de assassinato que ela passou. O restante das shurikens foram desviadas pelo cosmo de Milo que estava atento a tudo, como Saga havia dito pra ficar. Sorento já não estava mais ao seu lado. Ele foi ver como Julian estava, enquanto Máscara da Morte atacava o individuo audacioso. No meio de chutes e socos contra o assassino, surge Sorento com sua flauta em posição para soar as primeiras notas. Máscara da Morte afasta-se do individuo ao sentir o cosmo do Marina. Logo eles escutam um grito feminino vindo da tal pessoa. Tentava contorcer-se tamanha a agonia que sentia ao ouvir aquela musica infernal, mas não conseguia. Seus ossos pareciam estar sobre uma forte pressão. Seus tímpanos pareciam que iam estourar. De repente a pressão que sentia a pouco desapareceu completamente. Agora sentia algo bem diferente. Todo o ambiente estava ficando escuro, algumas coisas eram sugadas em direção a essa escuridão após escutar algo parecido com “Ondas do Inferno” vindo do homem que a agrediu. Fechou os olhos por alguns segundo e quando abriu, a sala estava tão fria...

Kamus aumentou seu cosmo entrando e atacando Máscara da Morte com um potente chute em pleno ar no exato momento em que Sasha estava perto de ser sugada pelo buraco negro criado pelo cavaleiro de câncer.

- Qual é a tua, Aquário? Está me atacando sem razão alguma. Por acaso quer morrer é?

- Não tem vergonha de usar seu cosmo contra uma garota não, Máscara da Morte? Ela nem tem consciência do que seja isso. Você...

- Quem se importa com o fato dela ter ou não cosmo? O fato é que ela feriu Posei... – Sorento interrompeu porque sabia que apenas eles sabiam quem foi Julian e corrigiu imediatamente – Julian Solo. E Saori Kido agora está desacordada. Ela deve pagar por seus crimes, e você sabe disso.

- Não permitirei que nenhum dos dois a machuquem mais ainda... Trovão Aurora!



Continua...

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